No início deste ano, era dado como certo que o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad assumiria a presidência municipal do PSD, para reestruturar o partido e evitar a debandada provocada pelo fraco desempenho nas eleições do ano passado.
Agora, o que era fato consumado passou a ser incerto, conforme informou ontem ao Correio do Estado o senador Nelsinho Trad, presidente estadual da legenda em Mato Grosso do Sul.
“A briga tem de ser dentro do campo, e não dentro do vestiário. O diretório municipal do PSD tem de ser reconstruído, pois lhe são delegados poderes para que possa fazer os encaminhamentos necessários sobre o lançamento de candidaturas para as eleições municipais do próximo ano. Portanto, qualquer decisão agora nesse âmbito é precipitada”, reforçou Nelsinho Trad à reportagem.
Ele comunicou que pretende fazer, nos próximos dias, uma reunião com as lideranças e com os vereadores do partido para definir sobre a presidência do diretório municipal do PSD em Campo Grande.
“Afinal, temos oito vereadores, e não pretendo impor uma escolha pessoal sem ouvir os legítimos representantes dos eleitores de Campo Grande”, falou.
O senador completou que a questão da escolha do novo presidente municipal do PSD deve passar pela vinda de outros quadros para o partido.
“A presidência municipal da legenda em Campo Grande pode ser um atrativo para esses novos nomes. Se o Marquinhos não pode sair candidato a prefeito, temos de colocar na presidência municipal do PSD alguém que possa ser esse candidato”, detalhou.
No entanto, de acordo com Nelsinho Trad, não se pode desprezar o potencial eleitoral de Marquinhos Trad.
“Ninguém em sã consciência há de fazer isso. Nesse sentido, vamos pensar e definir como poderemos valorizar o nome dele para 2024”, argumentou.
CANDIDATURA PRÓPRIA
Sobre o lançamento de candidatura própria para disputar a Prefeitura Municipal de Campo Grande, o dirigente estadual do PSD explicou que quem tem de decidir o candidato a prefeito pelo partido é o diretório municipal.
“Essa é a lógica e, nesse sentido, estamos organizando os diretórios municipais em todo o Estado”, avisou. Nelsinho declarou que, com o início do recesso parlamentar do meio do ano no Senado Federal, já começou a fazer as articulações.
“É lógico que um partido que deseja crescer tem de disputar a eleição majoritária. Até porque o sexto maior partido do Brasil em tempo de televisão não pode ficar sem lançar uma candidatura própria a prefeito de uma capital. Porém, isso vai ser feito no momento certo”, avisou.
Ele pontuou que está fazendo os contatos e as conexões e, na próxima semana, terá uma luz sobre essa questão. “Vamos verificar a veracidade dos boatos sobre vereadores que vão sair, que vão ficar e que vão chegar, pois, até agora, nada é oficial. A política se faz com diálogo, até com quem pretende deixar o partido. E é isso que vou mostrar, que é importante ser exercitado o diálogo”, comentou.
Ao Correio do Estado, o ex-prefeito Marquinhos Trad garantiu que o PSD deve ter sim um candidato próprio a prefeito de Campo Grande nas eleições municipais do próximo ano.
A respeito de sair candidato a vereador em 2024, ele disse à reportagem que ainda não está decidido. “Reitero que não há nenhuma decisão sobre essa questão. Tudo será decidido com o partido”, frisou.
DEBANDADA
Além de definir se o partido terá ou não candidato a prefeito de Campo Grande, o novo diretório municipal terá a difícil missão de “estancar” a vazão de parlamentares, que já se anuncia para a próxima janela partidária, a ser aberta no primeiro semestre de 2024.
Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, os nomes dos vereadores Silvio Pitu, Tiago Vargas, Valdir Gomes, Professor Riverton e Junior Coringa já são dados como certos para abandonar o barco do PSD.
Caso essa possibilidade se confirme, a bancada do partido na Câmara Municipal de Campo Grande deixará de ser a maior, com oito parlamentares, passando para apenas três, sendo eles Otávio Trad, sobrinho de Marquinhos, Delei Pinheiro e Beto Avelar.