O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, assinou, ontem (27), no Paraguai, um acordo com as autoridades do país vizinho para estancar a ação do crime organizado na fronteira, fortalecendo as ações bilaterais de combate ao crime transnacional.
Após o Rio de Janeiro (RJ) viver um dia de caos, com incêndio de ônibus do transporte coletivo urbano e até a cabine de um trem urbano em resposta à morte de um miliciano, Flávio Dino afirmou que enviaria um projeto que contemplaria o reforço na segurança da fronteira do Brasil com outros países.
Cumprindo o compromisso ao lado do presidente do Paraguai, Santiago Peña, ministros e outras autoridades, ele assinou o Compromisso de Assunção Contra a Corrupção e o Crime Organizado. Conforme explicou a pasta, o acordo prevê ação conjunta entre os dois países no combate ao narcotráfico, contrabando de armas, lavagem de dinheiro e à corrupção.
Além disso, pretendem intensificar a resposta policial e jurídica contra às redes criminosas ativas em ambos os países. Deste modo, as forças de segurança podem responder de forma mais efetiva em Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (PY).
Será realizada a troca não apenas de leis, como treinamento dos agentes de segurança de ambos os lados. Ao que Dino reforçou que já ocorreu, ou seja, não é um acordo “apenas de intenções” e completou: “Esse compromisso não é apenas a reiteração de princípios, é um compromisso que tem dimensão prática. Tem agenda, temas, metas e datas para concretizar esse desafio em áreas que nos desafiam reciprocamente. As fronteiras não são fatores de afastamento, elas nos unem. Precisamos atuar unidos para combater um bloco formado pelas organizações criminosas. Estamos aqui para aprender, compartilhar e nos colocar à disposição do Governo do Paraguai”, destacou Dino.
Entenda o que a cooperação contempla:
· Troca de informações em relação a condenados
· Extensão da estrutura do comando bipartite
· Ações coordenadas entre as polícias federais dos dois países
· Ações para a polícia penitenciária
O presidente do Paraguai destacou que resolvendo o problema das prisões paraguaias, conseguem conter a criminalidade nas ruas. “O que será de grande valia também para o Brasil. E peço que se suspenda a importação de armas, que estão golpeando o Paraguai, o Brasil e a fronteira”, ressaltou.
“Se trabalharmos em uma política de inteligência coordenada, não teremos mais facções nascidas dentro dos presídios. Queremos trabalhar em conjunto. O Estado Paraguaio está seguro no combate à corrupção e à criminalidade”, acrescentou o ministro do Interior do Paraguai, Enrique Escudero.