O Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, preso na pela polícia federal durante a operação Tempus Veritati, em 2019, comandou o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado – Regimento Antônio João (10º R C Mec), em Bela Vista.
Reprodução Redes Sociais / Passagem de comando
Conforme levantado pelo Correio do Estado, o Coronel Bernardo Romão ficou a frente do batalhão até o dia 12 de janeiro de 2022, quando passou o comando. Romão, estava em Washington (EUA) foi um dos alvos da operação Tempus Veritati, deflagrada pela polícia Federal, com pedido de prisão expedido pelo Ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A prisão estava prevista para o dia 8 de janeiro, mas como o militar estava nos Estados Unidos participando de um curso de defesa, ocorreu apenas ao retornar ao Brasil, no domingo (11), em Brasília. Romão foi entregue pela Polícia Federal para a Polícia do Exército e segue preso no Batalhão da Guarda Presidencial.
O coronel atua como assistente do Comando Militar do Sul, em Goiás e faz parte dos Black Kids, pelotão de elite do exército brasileiro. Além disso, o coronel participou da reunião que discutiu o golpe, no dia 28 de outubro, em Brasília, após o segundo turno das eleições.
A investigação atuou nos seguintes eixos: tentativa de golpe de Estado e de Abolição Violenta do Estado Democrático de direito. Observando a narrativa de disseminação de notícias falsas sobre fraude nas eleições presidenciais. Com o intuito de tornar legítima uma eventual intervenção por meio das Forças Armadas.
A investigação também encontrou rastros da participação dele na chamada “milícia digital” que ficou popularmente conhecida como “gabinete do ódio”.
Ramão Neto
O coronel, que comandou o 10º R C Mec, em Bela Vista, é apontado pela investigação como braço direito do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Romão Netto aparece como suspeito nas investigações como figura que articulava e incitava os militares a aderir ao golpe.
A reunião ocorreu por intermédio de Corrêa Neto, e contou com a presença de assistentes dos generais que supostamente seriam favoráveis ao golpe, assim como oficiais. Conforme trocas de mensagens trocadas, localizadas no celular de Mauro Cid, foram selecionados apelas militares que fazem parte das forças especiais (Kids Pretos).
No documento da polícia federal ele compunha o núcleo que tinha como objetivo que os militares aderissem ao golpe de estado.
Além disso, Romão Neto aparece dentro do âmbito do ‘gabinete do ódio’ estimulando que integrantes das Forças Armadas disseminassem notícias falsas, por meio das redes sociais, questionando lisura do processo eleitoral do país. Em conversas com Cid, a investigação aponta que a sugestão de medidas que atentam contra a democracia.
“Nesse sentido, observa-se a atuação do investigado BERNARDO ROMÃO CORREA NETO nas medidas direcionadas à disseminação de notícias falsas por integrantes das Forças Armadas em associação com outros membros do grupo criminoso para desacreditar o processo eleitoral”.
Mensagens sobre a reunião para discutir o golpe:
Após a reunião com as Forças Especiais (FE) uma carta foi elaborada para ser encaminhada ao comandante do exército Freire Gomes com intuito de pressioná-lo a aderir ao golpe, intitulada como “Carta ao Comandante do Exército de Oficias Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”.
No “apagar” das luzes do governo do presidente Bolsonaro, precisamente no dia 30 de dezembro de 2022, foi enviado para fazer um curso até julho de 2025, o que levantou suspeita por parte da investigação de que teria sido uma tentativa de escapar de eventuais investigações.
“Ressaltem-se, ainda, as considerações da autoridade no sentido de que BERNARDO ROMÃO CORREA NETO: foi designado para exercer missão no Estados Unidos – com ônus total para o Comando do Exército – na cidade de Washington, D.C. até junho de 2025. A permanência do investigado em solo estrangeiro por pelo menos mais um ano e meio, somada as circunstâncias da designação da missão, que somente foi publicada no fim do governo anterior (30.12.2022), demonstram fortes indícios de que o investigado agiu para se furtar ao alcance de investigações e consequentemente da aplicação da lei penal, fatos estes que justificam a decretação da prisão preventiva”.