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“Ventos de profecia na Amazônia – 50 anos da Prelazia de São Félix do Araguaia” foi escrito por quem viu a história acontecer e é essencial para entender os conflitos entre o agronegócio e os povos originários na fronteira da Amazônia
Imagine estar em 1971 em um lugar que fica no encontro dos rios Xingu e Araguaia, na região nordeste do Mato Grosso, a mais de 1.000 quilômetros de distância da capital, Cuiabá, e testemunhar o nascimento de uma prelazia (uma circunscrição eclesiástica erigida para atender a necessidades peculiares de um território) sob o comando de Dom Pedro Casaldáliga, um homem de atitudes simples, mas com a bravura, coragem e indignação suficientes para se fazer ouvir pelo mundo na defesa dos povos indígenas e caboclos, contra a ânsia de terras do latifúndio. Toda essa vivência torna o livro “Ventos de profecia na Amazônia” um documento mais jornalístico do que celebrativo dos 50 anos da Prelazia de São Félix do Araguaia.
Para destacar a importância da prelazia, o padre Antônio Canuto diz que o local é “uma referência obrigatória para a compreensão dos projetos de economia e modelo de sociedade em disputa na Amazônia”. O autor mostra que, nos 50 anos da prelazia, houve uma luta quase injusta na defesa de povos indígenas, ribeirinhos, posseiros e outras populações tradicionais contra a devastação assustadora da Amazônia, na época patrocinada pelo então governo militar em seu projeto de “ocupação e desenvolvimento” da Amazônia.
Dom Pedro Casaldáliga, que assumiu a Prelazia em 1971, é retratado no livro como alguém que lutou bravamente em nome dos que eram vítimas da ganância e da violência na região. Segundo Canuto, Dom Pedro era um dos “luzeiros da vida, a iluminar caminhos mais difíceis”. Pedro sabia animar e inspirar as pessoas, como fazia Jesus Cristo, com uma simplicidade que o fez conhecido como “bispo dos pés descalços” ou “bispo esquecido”. Mas, mesmo com toda a simplicidade, Dom Pedro Casaldáliga reunia coragem, bravura e indignação, lutando para que a terra fosse um lugar de plantio, colheita e paz.
Vivendo essa saga desde o começo, o padre Antônio Canuto é alguém credenciado a contar e analisar os 50 anos da Prelazia de São Félix do Araguaia, e é isso que faz este livro ser essencial, assim como foi a carta pastoral “Uma Igreja da Amazônia em Conflito com o Latifúndio e a Marginalização Social”, lançada por Dom Pedro como forma de denúncia da violência e dos conflitos a que eram submetidos indígenas, posseiros, ribeirinhos e braçais (peões) naquela região do Brasil.
O livro está à venda nas Paulinas Livrarias de todo o Brasil, pelo 0800 70 100 81 ou diretamente no site https://www.paulinas.com.br/produto/ventos-de-profecia-na-amazonia-9481.
Livro: Ventos de profecia na Amazônia – 50 anos da Prelazia de São Félix do Araguaia
Autor: Antônio Canuto
392 páginas
Paulinas Editora
Sobre o autor: Antônio Canuto chegou ao Araguaia em 1971, como padre, incorporado à equipe pastoral da Prelazia de São Félix, coordenada por Dom Pedro Casaldáliga. Eram tempos severos da ditadura militar. Logo em 1972, Canuto substituiu o padre Francisco Jentel em Santa Terezinha. Em 1997, Canuto se mudou para Goiânia (GO), para contribuir com a Secretaria Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Atuou como coordenador nacional, secretário da Coordenação Nacional e no Setor de Comunicação.
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