A agroindústria de subproduto de carne de bubalino – Búfalo Beef – já nasceu com o Selo de Inspeção Municipal (SIM). Diferente de muitas empresas que nascem no quintal de casa e vão crescendo e somente depois buscam a certificação, o empreendimento nasceu legal. A preocupação do empresário Daniel Borges Daniel, que é dentista e criador de búfalos, sempre foi levar comida de verdade e de qualidade para a mesa das famílias.
Ele explica que tem mais de 30 anos como odontopediatria e ao trabalhar com crianças, percebeu que o foco é a prevenção. “Sempre trabalhei com criança e quem trabalha com criança, trabalha a prevenção, ou seja, foca na saúde. Quando comprei a propriedade rural pensei em trabalhar com algo diferente, com algo que trouxesse saúde para dentro das famílias. Tanto o leite da búfala, quanto a carne do búfalo precoce, são leites e carnes com muitos diferenciais, que fazem com que o queijo, muito conhecido no Brasil, tenha muitas qualidades”, conta.
Foi assim que a criação de búfalos em Bodoquena – cidade distante a 264 quilômetros de Campo Grande – saiu do pasto para o prato. A carne passou a ser industrializada e vendida em pedaços nobres, linguiças artesanais e hambúrgueres sem igual. A empresa é a única em Campo Grande que vende carne de búfalo, totalmente legalizada, e industrializada. Eles estão em cerca de 15 pontos de vendas, e a partir deste segundo semestre, estão trabalhando para expandir para as cidades do SIM Central MS. “Já temos uma churrascaria em Sidrolância – Brasetto – que já está pegando a nossa linguiça com muçarela de búfala”, conta.
Outro projeto é levar a carne para outras cidades. “Estamos conversando com pessoas de vários estados, como o Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e até o Maranhão. Com o SISBI-POA, isso poderá se tornar realidade. Com ele, posso mandar meus produtos para qualquer região do Brasil. Inclusive um dos empresários do Rio de Janeiro veio até aqui provar nossas linguiças, nossos hambúrgueres”, revela.
Como tudo começou
Mas até a carne de búfalo sair do pasto e chegar à casa dos consumidores teve um caminho. Daniel conta que ao resolver levar o negócio para a mesa das pessoas, procurou a Prefeitura de Campo Grande, através da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro), para entender o que precisaria fazer para seguir os protocolos sanitários e já receber o selo. Em contato com a Sidagro, teve acesso aos veterinários do SIM e com o estudo de viabilidade econômica em mãos foram pensar em como produzir com mais eficiência e garantia de qualidade.
“Eu procurei a Prefeitura no ano passado para ver o que eu precisava fazer para entrar com uma empresa, não como açougue, mas como uma agroindústria de manipulação de carne de búfalo. Então desde a busca do imóvel tivemos orientação para alugar um espaço que tivesse uma planta adequada para o nosso projeto. Existe sim, uma certa burocracia, mas que precisa ser seguida para poder entregar o melhor possível. Foram seis meses de processo até a gente abrir a empresa propriamente dita”, revela.
Dentro da Secretaria, eles foram orientados a fazer os embutidos e entregá-los congelados, com isso ganharam prazo de validade e qualidade, já que os produtos não passam por nova manipulação como acontece nos açougues. “A carne é embalada à vácuo, em um ambiente controlado, não é manipulada fora da agroindústria. Dentro desse processo, transformamos todo o animal em um alimento de alta qualidade”, salienta.
Ele explica que a preocupação em fazer tudo certinho foi sempre que a carne de búfalo fosse entregue para a população como búfalo. Para não acontecer como acontecia há tempos atrás que entregavam búfalo como bovino. “Trabalhamos fortemente com a hashtag #nãodapraexplicartemqueexperimentar. Existe um preconceito por causa do búfalo bagual, do pantanal, que asselvajou, e nunca vai ser como a carne de um animal precoce”, explica.
Então se você nunca provou segue o instagram @bufalobeefms e fique de olho nos eventos pela cidade. A empresa participou do Motocross, CLC, Festival de Hambúrguer e Festival Internacional da Carne. “Essa questão dos eventos para nós é fantástica, são fundamentais. Eu gosto de estar com os clientes, e tenho orgulho de mostrar o que a gente produz e quando isso acontece você tem prazer de estar ali e conversar cara a cara com o seu cliente e isso conseguimos de uma maneira muito efetiva dentro desses eventos”, finaliza.