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segunda-feira, novembro 25, 2024
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Governo cede secretaria ao PT e racha base tucana na Assembleia Legislativa

A decisão do governador Eduardo Riedel (PSDB) de dividir a Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc) para criar a Secretaria de Estado de Cidadania, a fim de ser cedida ao PT, caiu como uma bomba dentro da bancada tucana na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, os deputados estaduais do PSDB, capitaneados por Paulo Corrêa e Mara Caseiro, não teriam ficado nada satisfeitos com a iniciativa do chefe do Executivo e estariam ameaçando largar o apoio ao governo na Casa de Leis.

Tal medida afetaria a criação da nova secretaria estadual, pois, para que isso ocorra, é necessário que ela seja aprovada pela Assembleia Legislativa, já que muda a estrutura da administração estadual. Ainda, sem maioria favorável na Casa de Leis, a intenção do governador de atender ao PT poderá naufragar.

Além disso, segundo a apuração da reportagem, Eduardo Riedel pretende passar o comando da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) para a Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica (Segov), cujo titular é o deputado estadual licenciado Pedro Caravina (PSDB), bem como das fundações estaduais de Desporto e Lazer (Fundesporte) e de Turismo (Fundtur).

Os deputados estaduais tucanos também não concordam com isso, pois a relação deles com Caravina não é das melhores. Assim, o “desafeto” passaria a ter em mãos o poder de definir a realização de shows artísticos, os aluguéis de equipamentos para eventos e os convênios culturais na Capital e nas outros 78 municípios do Estado.

A situação, portanto, é considerada temerária pelos parlamentares, já que caberia à Segov o poder de decidir as autorizações para shows em Campo Grande e nas cidades do interior na véspera de um ano eleitoral, pois muitos prefeitos se utilizam desse expediente para manter a popularidade em alta.

A divisão da Setescc para criar a Secretaria de Estado de Cidadania, que ficará sob o comando da atual adjunta Viviane Luiza da Silva, nome ligado ao deputado federal Vander Loubet (PT), também não foi bem aceita pela cúpula do PP, que se sente desprestigiada pelo governador mesmo após todo o apoio dado pelo partido para a sua vitória na eleição de 2022.

Afinal, conforme a legenda, ter apenas a Vice-Governadoria não adianta muita coisa. Assim, o ideal seria ter uma secretaria com “porteira fechada” para abrigar os aliados da sigla em Mato Grosso do Sul.

Outro ponto que causa desconforto para o PP é o fato de o PT ter assumido o controle das oito subsecretarias estaduais que integram a Setescc – as de Políticas Públicas para Mulheres, para a Promoção da Igualdade Racial, para Povos Originários, para Juventude, para Pessoas com Deficiência, para Pessoas Idosas, para Assuntos Comunitários e LGBTQIA+.

Portanto, além de perder a base tucana, Eduardo Riedel também pode perder a base progressista, que, conforme apurado pelo Correio do Estado, em breve vai colocar o governador contra a parede a fim de fazer valer seus direitos como partido integrante da base de sustentação da atual administração estadual.

O fato é que o governador já teria comunicado sobre sua intenção aos deputados estaduais tucanos e, inclusive, ao atual titular da Setescc, Marcelo Ferreira Miranda, lhe oferecendo o comando da FCMS.

Contudo, Miranda teria recusado o convite e colocado o cargo à disposição, pois considera a troca um rebaixamento e também porque não se dá muito bem com Pedro Caravina, a quem ficaria subordinado.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do governo do Estado e com os deputados estaduais Paulo Corrêa e Mara Caseiro. Até o fechamento desta edição, porém, não obteve retorno. O espaço continua aberto para que quiser se manifestar.

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