A gerente do Banco Safra, Alessandra Carilho de Araújo, pediu ao juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, para a Justiça rejeitar a denúncia por estelionato e associação criminosa pelo golpe de R$ 800 mil em um casal de fiéis contra o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Antunes Olarte (sem partido). Para livrar o pastor evangélico, preso para cumprir a pena de oito anos e quatro meses por corrupção, eles recorrem a uma “falha técnica”.
De acordo com o Ministério Público Estadual, Olarte aproveitou a confiança de um casal de amigos e fiéis da Assembleia de Deus Nova Aliança do Brasil, fundada por ele, para dar o golpe do falso leilão de um prédio de R$ 800 mil O crime teve a participação do técnico de pavimentação, Diego Aparecido Francisco, e da gerente do Banco Safra.
Só que o prédio não estava à venda e os empresários só descobriram quando o banco passou a descontar as parcelas do financiamento de R$ 367.102,58. O caso demorou para chegar à Polícia Civil porque o pastor evangélico garantia ao casal que o negócio estava de pé e não se tratava de uma fraude.
Conforme os advogados Pedro Ivo Gricoli Iokoi e Maria Luiza Maluf Novaes, a denúncia deve ser rejeitada pelo juiz Márcio Alexandre Wust porque foi protocolada fora do prazo previsto na lei aprovada pelo Pacote Anticrime – seis meses. Outro detalhe é que a vítima foi a empresa, em nome da filha, e não do casal, que entabulou negócios com os golpistas e a gerente do banco.
O suposto golpe é mais um na ficha de Gilmar Olarte, condenado a oito anos e quatro meses por dar golpe em fiéis da igreja quando era vice-prefeito e prefeito da Capital. Na ocasião, ele pedia cheques em branco com a promessa de recompensá-los quando assumisse a prefeitura.
Ele também foi condenado a quatro anos em regime semiaberto por lavagem de dinheiro por não comprovar a aplicação de R$ 1,3 milhão na compra de terreno e na construção de mansão no residencial de luxo Damha. O MPE recorreu da sentença porque pede a condenação pela aquisição de mais nove imóveis. O ex-prefeito pede a anulação da sentença.
Os recursos deverão ser julgados amanhã pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, onde tramita desde fevereiro de 2021. O julgamento teve cinco adiamentos. O relator é o desembargador José Ale Ahamad Netto.
Com informações do site O Jacaré