O ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), que foi candidato a governador de Mato Grosso do Sul no ano passado e ficou em 2º lugar, com 43,10% dos votos válidos (612.113 votos), deve aceitar o convite do deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) e se filiar ao partido do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro.
No entanto, conforme fontes ouvidas pelo Correio do Estado, a filiação de Capitão Contar ao PL do Estado não está condicionada à candidatura dele à Prefeitura Municipal de Campo Grande nas eleições municipais do próximo ano, isso porque, a princípio, a pré-candidatura da sigla ao cargo pertence a Marcos Pollon.
O deputado federal, inclusive, conta com o aval de Bolsonaro para disputar o cargo de prefeito da Capital em 2024 e, nos próximos dias, deve assumir a presidência estadual do PL em Mato Grosso do Sul por determinação do ex-presidente da República, com a concordância do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.
Ainda conforme apurou a reportagem, a intenção do PL é que o ex-deputado estadual seja candidato a vereador em Campo Grande para puxar votos, ajudando a legenda a eleger pelo menos mais três parlamentares para a Câmara Municipal no próximo ano.
O partido acredita que Capitão Contar possa ser um campeão de votos nas eleições de 2024, assim como o deputado estadual Zeca do PT foi quando concorreu a vereador na Capital. A legenda tem plena convicção de que Contar poderá superar a expressiva votação obtida pelo ex-governador, fortalecendo ainda mais a direita no município.
ENCONTRO
Na tarde de segunda-feira, Capitão Contar e Marcos Pollon voltaram a se encontrar em Campo Grande para tratar sobre o fortalecimento da direita em Mato Grosso do Sul.
Na oportunidade, segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, o ex-deputado estadual questionou o deputado federal se o convite para se filiar ao PL ainda estava mantido e obteve resposta positiva de Pollon.
Contar teria dito a Pollon que sua única condição para trocar o PRTB pelo PL seria a possibilidade de participar do processo de decisão para as escolhas das candidaturas da legenda para as eleições municipais do próximo ano.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Capitão Contar informou, ontem, que, independentemente de uma mudança de partido, segue alinhando projetos para fortalecer a direita sul-mato-grossense.
Ele lembrou que já esteve filiado ao PL nas vésperas das eleições gerais de 2022, chegando a participar, na época, em Brasília (DF), de ato de filiação com a presença do então presidente Bolsonaro.
No entanto, acabou indo para o PRTB para poder disputar as eleições como candidato a governador do Estado. “Neste momento, o nosso foco é unir forças e trabalhar juntos para fortalecer a direita. Não podemos dividir, 2024 e 2026 vão precisar de toda a nossa força e união. Teremos bastante trabalho pela frente, com certeza vamos seguir juntos pelo mesmo objetivo”, declarou Capitão Contar.
DIREITA UNIDA
A escolha de Marcos Pollon para presidir a executiva do PL em Mato Grosso do Sul faz parte da estratégia de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto para unir a direita no Estado, de olho nas eleições municipais do próximo ano, pois a meta do PL para 2024 é chegar a 1.500 prefeitos eleitos em todo o Brasil.
No dia 14 de junho, o Correio do Estado publicou, com exclusividade, que Marcos Pollon assumiria o comando da sigla nos próximos dias, no lugar do também deputado federal Rodolfo Nogueira, por determinação do ex-presidente da República, que teria batido o martelo com o presidente nacional do PL.
Além de lançar candidatura própria nos principais municípios do Estado, com Pollon à frente do PL, a intenção do partido é consolidar a direita no Estado e buscar a união de todos os seus expoentes.
A reportagem procurou o deputado estadual Coronel David e o deputado federal Rodolfo Nogueira para comentar a possível filiação de Contar ao PL, mas, até o fechamento desta matéria, não teve resposta.