A extradição pela Justiça da Hungria do ex-major PM Sérgio Roberto de Carvalho, 65 anos, mais conhecido como “Major Carvalho” ou como “Pablo Escobar Brasileiro”, está sendo disputada pelo Brasil, Estados Unidos e Bélgica.
Os três países onde ele responde por crimes pediram a extradição dele à Justiça húngara, mas o destino ainda é incerto. O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que o governo brasileiro formalizou o pedido de captura do Major Carvalho no dia 18 de julho.
No entanto, no dia 19 deste mês, a Justiça da Hungria concedeu os três pedidos de extradição, restando agora o passo de decidir para qual país vai entregar o preso. “Os três pedidos foram concedidos, mas o Estado húngaro é soberano para decidir qual dos pedidos deverá ser cumprindo prioritariamente”, diz a nota oficial do Ministério.
A decisão de mandar o Major Carvalho para fora do país foi tomada pela ministra da Justiça da Hungria, Judit Varga. Recentemente, a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) alertou autoridades de segurança do país europeu para a possibilidade de o narcotraficante brasileiro estar planejando uma fuga.
A revista portuguesa Visão confirmou a informação com a polícia internacional. Conforme a investigação, Major Carvalho estaria disposto a “oferecer uma elevada quantia de dinheiro a quem se dispuser a colaborar e a participar num plano de fuga”.
Detido em presídio de Budapeste, capital da Hungria, Major Carvalho liderou por décadas o tráfico de cocaína que ligava a América do Sul e a Europa. O sul-mato-grossense foi de filho de donos de lanchonete em Campo Grande a apontado como líder de organização criminosa capaz de exportar 45 toneladas de cocaína (equivalente a R$ 2,2 bilhões), comparado ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar.
Para fugir da polícia, Major Carvalho criou até uma segunda identidade na Europa – batizada de Paul Wouter, que também foi alvo da polícia e “morreu”, conforme certidão de óbito por covid-19 apresentada em processo. De acordo a defesa de Wouter, o corpo do “cliente” havia sido cremado e por isso, não houve condições de fazer análise de DNA dos restos mortais para confirmar a identidade após a descoberta de que o morto, na verdade, era o ex-major.