Dando início ao mês de prevenção ao suicídio – ‘Setembro Amarelo’, a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, através do Departamento de Recursos e Apoio Policial (DRAP), desenvolveu uma iniciativa inédita, para desmistificar o tema e demonstrar que para ajudar o próximo, o policial primeiro precisa cuidar de si mesmo. Neste sentido, aconteceu na manhã de hoje, 01/09, uma roda de conversa com a participação dos servidores lotados no DRAP, ocasião em que os envolvidos puderam dar depoimentos sobre situações que passaram e a ajuda que receberam da equipe da Coordenadoria de Atendimento Psicossocial da Polícia Civil (Ceapoc).
Segundo o idealizador do projeto, delegado Jairo Carlos Mendes, a ideia é estender essa roda de conversas para todas as delegacias da Polícia Civil do MS. “Queremos que todos entendam que a depressão é uma doença, que necessita de tratamento especializado e nós temos este serviço dentro da Polícia Civil, mas, muitas vezes por medo de ser tachado como louco, o servidor acaba recolhendo seu problema e prefere sofrer sozinho do que se expor. Por isso resolvemos promover este momento para que todos possam compreender a importância de cuidar de si e também dos colegas”, salientou o delegado.
A iniciativa contou com apoio irrestrito do Delegado-Geral (DG), Adriano Garcia Geraldo e da Delegada-Geral Adjunta (DGA), Rozeman Geise Rodrigues de Paula. Presente na ação, a DGA enfatizou a importância do projeto, para que os policiais saibam o quanto é fundamental cuidar de si, antes de cuidar do outro. “Nós não podemos nos acostumar com a tristeza, nem com a frieza ou insensibilidade. Temos que ter um autoconhecimento, para perceber quando não se está bem e buscar ajuda”, falou.
A roda de conversa foi conduzida pelos membros da Ceapoc, Fabiana Souza Pedraza (psicóloga), André de Souza Rodrigues (capelão) e Mark de Souza Valentim (assistente social). Durante as palestras eles reforçaram que a Coordenadoria realiza um trabalho contínuo, com atendimento especializado e solicitaram o apoio dos servidores para difundir este serviço. “O mais importante dentro da instituição são os policiais e temos que cuidar de cada um, para que não precisemos realizar mais nenhum funeral, pois quando morre um policial, nós morremos juntos”, desabafou o capelão André.
O ápice do encontro foi o momento em que alguns servidores se sentiram tocados e compartilharam com os demais algumas situações que passaram em suas vidas e que se não fosse esse apoio psicológico e espiritual que a instituição oferece, talvez hoje não estivessem mais presentes para contar suas histórias. Foi o caso do investigador Eder Luis Flores de Araújo, que falou que se hoje está vivo é graças ao Ceapoc, sua família e alguns amigos, que no momento em que ele mais precisou foram até ele e o ajudaram a sair do abismo, que é a depressão. Além dele, outros policiais expuseram suas experiências e apoio que tiveram, tanto para o tratamento da depressão, como para síndrome do pânico.
E para encerrar, a psicóloga Fabiana informou que em breve a coordenadoria irá iniciar com plantão psicológico nas delegacias, com apoio de universidades de Campo Grande. A Ceapoc está localizada na Rua Amazonas, 523. O telefone para contato é (67) 3384-5427.