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sábado, novembro 23, 2024
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Com três indígenas detidos, fazendeiro vai à polícia por ocupação de terra em Rio Brilhante

Com três indígenas detidos, o fazendeiro José Raul das Neves foi à Polícia Civil após ter a propriedade adentrada por cerca de 10 indígenas da etnia Guarani e Kaiowa nesta sexta-feira (3), em Rio Brilhante, município distante 160 km de Campo Grande.

Entre as justificativas apresentadas pelo fazendeiro aos policiais, o funcionário de José Neves, Lourival de Oliveira, residente da fazenda, “teve que sair correndo, pois indivíduos estavam invadindo a propriedade”.

O registro policial foi notificado às 9h da manhã, entretanto a ação teria ocorrido por volta das 3h da madrugada.

De acordo com o documento, os indígenas bloquearam o acesso à fazenda após trancarem os portões. Em período de colheita,o fundiário alegou que a ação dos indígenas poderia acarretar em perdas de plantio e que ele poderia “perder tudo o que investiu”.

Segundo o registro da ocorrência, notificada como esbulho (lesão possessória) junto ao distrito policial de Rio Brilhante “no local há plantio de soja, havendo neste momento uma quantia de duzentos e oitenta hectares para colher, que havia colhido apenas 40 hectares, bem como 2 caminhões, colheitadeira e tratores para a realização dos trabalhos”.

Ao Correio do Estado, o prefeito de Rio Brilhante, Lucas Centenaro Foroni (MDB) disse que a ocupação já ocorreu em outro momento na região. “Três indígenas foram detidos e liberados pela polícia. Não houve confronto, as conversas aconteceram de forma pacífica, entretanto a região já foi invadida por indígenas há cerca de dois, três anos”, disse.

Segundo ele, a gestão municipal chegou a contatar o Governo do Estado, entretanto não houve necessidade de medidas de maior proporção.

Os indígenas
Segundo a liderança Guyra Arandú, o objetivo da retomada “é acabar com as muitas décadas de dureza, fome, violência, racismo, veneno, intoxicação, confinamento, ameaças e trapaças dos fazendeiros, para poder garantir a Constituição Federal”.

Conforme o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), lideranças da comunidade relataram que, pela manhã, policiais militares chegaram ao local e ameaçam despejar os indígenas, mesmo sem ordem judicial.

Na avaliação do assessor jurídico do Cimi, Anderson Santos, além de ilegal, esta ação tem potencial de causar uma grave situação de violência contra os indígenas.

“Os indígenas levantaram barracos de lona e se estabeleceram no local. Ocorre que a Polícia Militar já está no local ameaçando despejá-los sem ordem judicial”, disse o advogado do Cimi.

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