Quatro pessoas morreram por causa de Dengue, na última semana, em Mato Grosso do Sul. De acordo com o último boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde), com dados atualizados até 01º de abril, o Estado contabiliza 12 mortes e 10.987 casos confirmados neste ano.
Atualmente, seis óbitos estão em investigação. Entre as últimas vítimas estão a menina de três anos, que morreu no Hospital Universitário em Campo Grande, duas mulheres de Três Lagoas com 80 e 82 anos que tinham hipertensão arterial sistêmica e um homem de 36 anos de Laguna Carapã.
Março foi o mês mais letal da doença em Mato Grosso do Sul, totalizando oito mortes. Em fevereiro foram três vítimas e em janeiro mais uma.
Três Lagoas lidera a lista com cinco óbitos neste ano, seguido por Campo Grande (2). Aquidauana, Guia Lopes da Laguna, Dourados, Laguna Carapã e Amambaí contabilizam uma morte cada.
Casos prováveis
De acordo com o último boletim epidemiológico, Mato Grosso do Sul registra 23.481 casos prováveis de Dengue em 2023, com letalidade em 0,11%.
Mato Grosso do Sul está na 10ª posição entre os 27 estados do país sobre a incidência de Dengue a cada 100 mil habitantes.
Entre os 79 municípios, 58 têm alta incidência, ou seja, acima de 300 casos por 100 mil habitantes.
Apenas cinco cidades (Eldorado, Ribas do Rio Pardo, Paranhos, Paraísos da Água e Iguatemi) estão na zona verde, abaixo de 100 casos por 100 mil habitantes.
Governo anuncia medidas emergenciais
Em meio ao surto de influenza, Covid e dengue que lota a saúde pública e particular de Mato Grosso do Sul e que faz os municípios operarem acima de 85% da capacidade dos leitos pediátricos, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) publicou medidas que compõem um ‘pacotão’ de incentivos financeiros às cidades, com objetivo de conter o avanço das doenças e desafogar as unidades de saúde.
Ao menos cinco resoluções foram aprovadas, até agora, pela gestão de saúde estadual. Dentre elas, destacam-se o Programa Estadual de Enfrentamento às Arboviroses e Sazonalidade de Vírus Respiratórios; Incentivo de Custeio para o enfrentamento as Arboviroses e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e Programa Saúde na Hora, além de custeios temporários para ajudar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Centros de Atenção Psicossocial.
No caso das arboviroses, que contempla doenças como Dengue e zika, chikungunya e febre amarela, a resolução nº 14/SES/MS institui o Incentivo de Custeio excepcional para o enfrentamento das Arboviroses e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Assim, dinheiro vai bancar ações de vigilância, prevenção e atenção à saúde devido à alta incidência dos acometimentos.
As ações previstas na resolução são:
Aumentar a capacidade de atendimento da rede municipal de saúde, por meio da ampliação do horário de atendimento das unidades básicas de saúde;
Promover a aquisição de medicamentos e insumos necessários para reforço no atendimento da população;
Auxiliar no custeio de horas trabalhadas por profissionais de saúde especificamente para as ações emergenciais descritas nesta portaria;
Incentivar o custeio de atividades de mobilização para combate ao mosquito Aedes, incluindo aquisição de materiais e insumos;
Auxiliar no custeio de atividades de ampliação do hemograma e reforço da hidratação oral e venosa na APS.
Além disso, ações de controle vetorial contra dengue, febre de chikungunya e zika vírus serão intensificadas, bem como aumentar capacitação dos profissionais de saúde, promover triagem dos pacientes com suspeita de dengue na entrada da rede de atenção à saúde, recompor equipes de Agentes de Combate às Endemias (ACE), etc.
Conforme documento, o incentivo financeiro desta resolução está orçado em R$ 4 milhões distribuídos entre os municípios do Estado. Em Campo Grande, o valor é de R$ 160 mil, o mesmo de Corumbá e Três Lagoas.