Nos 15 anos da implementação da Lei Seca, que mudou o cenário de penalização dos acidentes de trânsito motivados pelo uso de álcool e instituiu a tolerância zero para o consumo da substância ao volante, levantamento do CISA (Centro de informações sobre Saúde e Álcool) revela que Mato Grosso do Sul é o 5º com maior percentual de óbitos nas estradas e vias urbanas relacionados ao consumo de álcool.
De acordo com o CISA, em 2021, foram 7,8 óbitos por 100 mil habitantes em Mato Grosso do Sul, perdendo apenas para Tocantins, com 11,8 óbitos por 100 mil habitantes, Mato Grosso, com 11,5 óbitos por 100 mil habitantes, Piauí, com 9,3 óbitos por 100 mil habitantes, e Rondônia, com 8,4 óbitos por 100 mil habitantes.
Os homens são as maiores vítimas, com 89%, enquanto as mulheres representam 11% das mortes. As faixas etárias mais afetadas são de 18 a 34 anos (36,5%), seguidas por 35 a 54 anos (35,5%). Apesar dos percentuais, a análise apontou que os óbitos por acidente de trânsito, relacionados ao uso de álcool, tiveram uma redução de 32%, comparando os índices de 2010 e de 2021.
Mato Grosso do Sul também está entre os Estados que registram média acima da nacional quando o assunto é internações por acidentes de trânsito atribuíveis ao álcool. Ao todo, são 14 Estados mais o Distrito Federal. Há dois anos, os acidentes de trânsito foram a principal causa de internações (22,6%) e a segunda causa de mortalidade relacionada ao uso da substância (15,8%) no Brasil.
Em 2021, o País registrou 8,7 internações e 1,2 morte por hora, ou seja, em um ano foram 75.983 hospitalizações e 10.887 óbitos. Apesar do cenário, o período de 2010-2021 registrou maior número de internações e o menor número de mortes. As hospitalizações aumentaram 34% no País no período analisado.
Em relação à categoria envolvida nos acidentes, ciclistas e motociclistas são os que mais precisam de intervenções médicas. Em âmbito nacional, os homens aparecem na lista como maiores vítimas (85%), enquanto as mulheres representam 15% das internações. A faixa etária dos 18 a 34 anos é a mais afetada (45%).
O levantamento também aborda sobre a decisão de dirigir após beber. A análise foi feita entre 2011 a 2020 e aponta redução significativa em algumas capitais brasileiras, entre elas Campo Grande. As mulheres são as que mais apresentam o comportamento. Também aparecem Manaus e Palmas.