Três meses depois dos atos antidemocráticos que depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) em Brasília (DF), cinco pessoas de Mato Grosso do Sul continuam presas. No dia 8 de janeiro deste ano, milhares de pessoas invadiram e depredaram prédios da Praça dos Três Poderes por não concordarem com o resultado da eleição presidencial.
Levantamento feito pelo jornal O Globo aponta que, ao todo, 251 pessoas seguem detidas pelos atos, sendo 172 homens e 79 mulheres. De Mato Grosso do Sul não há nenhuma mulher presa e os cinco homens estão no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.
Há ainda 1.103 pessoas que chegaram a ser presas, mas foram liberadas e são monitoradas por tornozeleira eletrônica. Nestes casos, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, entendeu que as condutas dessas pessoas foram menos graves, não sendo elas financiadoras ou executoras principais dos atos, e que por isso elas podem responder à denúncia a partir de seus estados de origem. As investigações que estão sendo realizadas tramitam no STF sob sigilo.
Confira a relação de presos por Estado:
Bahia – 12 homens e 6 mulheres
Ceará – 1 mulher
Distrito Federal – 15 homens e 5 mulheres
Espírito Santo – 3 homens
Goiás – 9 homens e 3 mulheres
Minas Gerais – 25 homens e 16 mulheres
Mato Grosso do Sul – 5 homens
Mato Grosso – 9 homens e 2 mulheres
Pará – 5 homens e 2 mulheres
Pernambuco – 2 homens
Piauí – 2 homens
Paraná – 11 homens e 12 mulheres
Rio de Janeiro – 6 homens e 2 mulheres
Rio Grande do Norte – 3 homens
Rondônia – 7 homens e 2 mulheres
Rio Grande do Sul – 7 homens e 2 mulheres
Santa Catarina – 11 homens e 1 mulher
Sergipe – 1 homem
São Paulo – 34 homens e 24 mulheres
Tocantins – 5 homens
Dentre os presos, são 8 com idade entre 18 a 25 anos; 17 entre 25 a 30 anos; 14 entre 30 e 35 anos; 32 entre 35 a 40 anos; 40 entre 40 a 45 anos; 46 entre 45 a 50 anos; 36 entre 50 a 55 anos; 32 entre 55 a 60 anos e 26 entre 60 a 100 anos.
Nos presídios, os detidos têm direito a duas horas de banho de sol diário, quatro refeições: café da manhã com pão com manteiga ou margarina e um achocolatado; almoço e jantar com 650 gramas, sendo 150 de proteína, 150 de guarnição, 150 de feijão e 200 de arroz, e suco de caixinha; e ainda ceia com um sanduíche e uma fruta.
Eles recebem as visitas de advogados, defensores públicos e, a cada duas semanas, por duas horas, podem conversar com familiares previamente cadastrados. Também são ofertados atendimentos médicos e assistência religiosa e jurídica.