Passados quase sete meses da morte da menina Sophia Ocampo, de apenas 2 anos de idade, que foi assassinada em janeiro deste ano em Campo Grande (MS) pelo padrasto Christian Leitheim com conivência da mãe Stephanie de Jesus da Silva, teve mais um desdobramento.
De acordo com matéria publicada pelo site Campo Grande News, a perícia no celular de Stephanie da Silva, que ré por assassinato, não conseguiu recuperar mensagens deletadas por ela no aplicativo WhatsApp. De acordo com laudo complementar, entregue pelo Instituto de Criminalística no dia 24 de julho, “registros de mensagens apagadas não foram passíveis de recuperação”.
Ainda conforme o relatório, nas cerca de três horas de conversa entre Stephanie e o marido, no dia 26 de janeiro, dia em que a menina chegou morta até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino, segundo a investigação, não há texto ou áudios deletados. Há, contudo, diálogos entre Stephanie e outros contatos que foram apagados.
“Quando realizada a extração de mensagens utilizando a ferramenta UFED, as mensagens apagadas pelo proprietário do aparelho mantêm uma informação em inglês, ‘You deleted this message [você deletou esta mensagem]’. As mensagens apagadas pelo contato que troca mensagens com o proprietário do aparelho mantêm uma informação em inglês, ‘Deleted by the sender’ [deletado por quem enviou’”.
Detalhes da investigação ainda surgem na instrução processual, mas há ainda trabalho a ser feito. Até agora, por exemplo, não ficou pronto laudo da análise no celular que pertence a Christian Leitheim, acusado de espancar a enteada até a morte.
O MPE (Ministério Público Estadual) quer também, por exemplo, que a Polícia Civil analise e faça relatório dos dados extraídos do celular de Stephanie da Silva. A cobrança foi feita pela promotora de Justiça Lívia Carla Guadanhim Bariani no dia que o Instituto de Criminalística entregou o laudo complementar.
No dia 28 de julho, a 1ª Vara do Tribunal do Júri mandou ofício com o pedido à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente. Questionada pela reportagem, a titular da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), delegada de Polícia Civil Anne Karine Trevisan, informou apenas que o inquérito foi concluído, relatado, os réus denunciados e agora, qualquer informação sobre o andamento da ação, que tramita em sigilo, ou investigações complementares só podem ser repassadas pela Promotoria.
Lívia Carla também aguarda o resultado da perícia em objetos apreendidos pela investigação. Enquanto isso, o juiz Carlos Alberto Garcete, que conduz a instrução do processo, espera para marcar oitivas de mais três testemunhas e o interrogatório dos réus. Só depois da fase de audiências, ele decidirá se há ou não elementos suficientes para mandar o casal a júri popular. Os réus seguem presos preventivamente (por tempo indeterminado).