No próximo dia 26 de agosto, a morte da menina Sophia Ocampo, de apenas 2 anos de idade, que foi assassinada em janeiro deste ano em Campo Grande (MS) pelo padrasto Christian Leitheim com conivência da mãe Stephanie de Jesus da Silva, vai completar sete meses e, até agora, foram realizadas apenas três audiências para ouvir testemunhas de defesa e acusação.
Segundo o Correio do Estado, o processo está parado, aguardando relatório da perícia realizada nas mídias encontradas nos celulares de Stephanie da Silva e Christian Leitheim, que são réus pelo crime. O pedido para periciar os celulares foi feito pelo MPE (Ministério Público Estadual) durante a última audiência, realizada no dia 26 de maio.
De acordo com a advogada que atua como assistente de acusação, o pedido foi feito porque, até então, estava autorizada apenas a quebra de sigilo telefônico. Já a assistente de acusação Janice Andrade explicou que o pedido foi feito porque o MPE entende que nas mídias encontradas podem ter provas primordiais para o andamento do processo e para embasar a acusação.
Embora o juiz responsável pelo caso tenha pedido urgência na solicitação do MPMS, três meses depois, a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) não realizou qualquer perícia nas mídias, inclusive no celular de Christian. Ele não forneceu a senha do aparelho e a polícia afirma que não consegue ter acesso às mídias armazenadas nele.
As únicas conversas recuperadas pela Polícia Civil foram as do celular de Stephanie porque ela ofereceu a senha de livre e espontânea vontade quando o aparelho foi apreendido. Por outro lado, não foram recuperadas as conversas que a ré apagou antes de entregar o aparelho.
Sem os relatórios da perícia, o juiz fica impedido de dar continuidade às audiências, que ainda estão na fase de instrução, ou seja, as testemunhas e os réus estão sendo ouvidos no Tribunal para, depois, a defesa e a acusação elaborarem as considerações finais.
Todas as testemunhas foram ouvidas, sendo que na última audiência foram ouvidas as testemunhas de defesa dos réus, incluindo amigos que conviviam e frequentavam a casa do casal antes da morte de Sophia.
Agora, o juiz só poderá marcar uma nova audiência quando os relatórios forem anexados ao processo, o que não tem data para acontecer, mesmo que o prazo tenha se esgotado no dia 10 deste mês.
Além de ouvir os réus, o juiz fez um pedido para intimar para depoimento as médicas que atenderam Sophia quando ela chegou sem vida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, no dia 26 de janeiro.