Presidente da Câmara Municipal e com grande penetração na periferia da cidade, o vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, virou alvo de cobiça entre os partidos com mais estrutura financeira para que seja o candidato a vice na disputa pela Prefeitura de Campo Grande nas eleições municipais do próximo ano.
O “assédio” é tão grande que, nesta semana, circula pelos bastidores da política campo-grandense a informação de que, na próxima janela partidária, Carlão trocaria o PSB pelo MDB, a fim de ser o vice na chapa encabeçada pelo deputado federal Beto Pereira (PSDB), já que os tucanos fizeram uma aliança com o partido do ex-governador André Puccinelli. Com a mudança de legenda por parte do vereador, ficaria tudo em casa.
No entanto, em entrevista concedida ao Correio do Estado, o presidente da Câmara Municipal voltou a reforçar a declaração feita por ele mesmo à reportagem em março, de que não seria candidato a vice-prefeito, pois, segundo ele, quem é candidato a vice não é candidato a nada, ainda mais faltando mais de um ano para as eleições municipais.
“Falam que o vereador Carlão vai ser vice de um, vice de outro. Não sou candidato a vice de ninguém”, destacou na época.
Agora, questionado pelo Correio do Estado sobre o burburinho de que trocaria o PSB pelo MDB para ser o vice de Beto Pereira, Carlão considerou a pergunta engraçada e respondeu que está no PSB há 17 anos e que não vai sair.
“Sou pré-candidato a prefeito pelo meu partido e vou colocar meu nome à disposição dos eleitores ano que vem. Não sou candidato a vice de ninguém, nem de um nem de outro”, afirmou.
O vereador ainda acrescentou que o PSB terá candidatura própria em 2024 para a Prefeitura de Campo Grande e que não faria sentido deixar a legenda para concorrer ao cargo por outra sigla.
“Nós teremos candidato a prefeito. Se nós não conseguirmos viabilizar a minha candidatura por falta de recurso ou outra coisa qualquer, aí sou candidato à reeleição de vereador. Mas não estamos pensando em mudança de partido, nunca nem cogitei isso”, finalizou.
REPERCUSSÃO
A reportagem também procurou o presidente estadual do PSB em Mato Grosso do Sul, o ex-deputado estadual Paulo Duarte, que reforçou o posicionamento de Carlão. “Não procede, e isso está me parecendo FPE”, assegurou, explicando, em tempo, que a sigla é a abreviação para fofoca pré-eleitoral.
Ele ainda complementou que, na semana passada, acompanhou o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande em um encontro com o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente do PSDB no Estado.
“Estivemos com o Reinaldo na semana passada, e em nenhum momento se falou em tal possibilidade. O Carlão não vai trocar de partido, ainda mais agora que estamos fortalecendo o PSB em Mato Grosso do Sul”, ressaltou.
O líder partidário citou a filiação do vereador Marcos Cesar Malaquias Tabosa, o Tabosa, que na próxima janela partidária vai trocar o PDT pelo PSB.
O próprio Tabosa confirmou essa substituição de partido. Paulo Duarte ainda recordou da reunião que foi realizada em março, em Brasília (DF), com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
“Participaram eu, o Ricardo Ayache e o Carlão, que obteve o aval para que fosse o nosso candidato a Prefeito de Campo Grande nas eleições municipais do próximo ano”, argumentou.
O Correio do Estado ainda consultou o deputado federal Beto Pereira sobre a possibilidade de Carlão trocar o PSB pelo MDB para ser seu vice, mas ele também negou a hipótese.
“Desconheço tal alternativa”, afirmou, complementando que o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande não precisaria trocar de partido para ser o vice dele nas eleições de 2024, pois seria bem-vindo estando no PSB mesmo.