Levantamento do Cemetc (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado de Mato Grosso do Sul) revelou que setembro foi um dos meses mais quentes do ano em Mato Grosso do Sul e terminou com uma média de temperatura 3,5ºC maior que a média histórica para a cidade.
A Capital registrou, no mês de setembro, uma média de temperatura de 33,3°C, sendo que no dia 22, a máxima em Campo Grande atingiu 37,6ºC, sendo essa a maior temperatura registrada neste ano. O valor da média de temperatura registrada em setembro superou a média histórica para o período, que é de 29,8ºC.
O mesmo aumento de temperatura pode ser observado quando são analisados os dados de mínimas registrados pelo centro de monitoramento. A média histórica de temperatura mínima para o mês de setembro em Campo Grande é de 17,5°C, e neste ano foi registrado 21ºC de média de temperatura mínima. Para o meteorologista do Cemtec Vinícius Banda Sperling, os 3,5ºC a mais registrados sobre a média histórica de mínimas e máximas de setembro representam um aumento considerável e preocupante de temperatura.
Ele revelou que os dados mostram de forma bem clara a onda de calor que tivemos, principalmente entre os dias 16 e 26 de setembro. O impacto disso é que, no mês de setembro, o clima ainda é seco aqui no Centro-Oeste, de poucas chuvas, e esta situação de ar seco com altas temperaturas gerou diversos recordes de calor em todo o Estado.
A falta de regularidade das chuvas acaba gerando diversos problemas para a saúde das pessoas e para o agronegócio e também acarreta em queimadas florestais no Estado. Neste fim do período seco, as temperaturas sobem muito, e o material combustível, como a palha que está no campo, fica com a temperatura muito elevada, pronto para queimar.
Outros pontos preocupantes desta alta de temperaturas é a saúde humana, dos animais e dos vegetais, começam a transpirar mais e, com a baixa umidade, começamos a ter o ressecamento dos olhos e das narinas. Além dessas preocupações, estamos no período da janela de plantio da soja, e os produtores podem ter a colheita prejudicada pela falta de chuvas nas regiões rurais.
Em Campo Grande, a previsão do tempo no fim de semana é de intenso calor, que pode alcançar temperaturas máximas de 37°C neste sábado, com mínimas de 25ºC, conforme informações do Inmet. Apesar do calor, a previsão também alerta para a possibilidade de chuvas isoladas na cidade, que podem ser mais intensas, com muitas nuvens e trovoadas no período noturno.
Na sexta-feira, a Capital registrou temperaturas máximas que atingiram os 36,6ºC, com sensação térmica de 40ºC. A temperatura alta pode cessar neste domingo, em que é prevista mínima de 21ºC em Campo Grande e máxima de 28ºC, e deve voltar a subir no início da semana, podendo chegar à máxima de 38ºC na terça-feira (10).
Conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Campo Grande é a segunda capital do País com o maior aumento da temperatura média durante o inverno deste ano, em comparação com a primeira década do século (2000-2010).
O aumento comparativo em Campo Grande é de 2ºC, estando atrás apenas de Cuiabá (MT), que teve alta de 3,4ºC na temperatura média neste inverno. Historicamente, as cidades das regiões Centro-Oeste e Norte são as que mais aquecem no inverno, por conta da maior radiação solar, que inibe a formação de nuvens e eleva a temperatura, o que explica o forte aumento das médias em Cuiabá, em Campo Grande e em Manaus (AM), a terceira capital com maiores registros de temperatura.
O inverno deste ano teve a temperatura média mais alta já registrada em 10 das 25 capitais brasileiras em que é possível calcular o clima a partir de estações do Instituto Nacional de Meteorologia. Em 2023, essas cidades apresentaram temperaturas de 0,5°C a 3,4°C maiores do que na primeira década do século.
Em diversos municípios de Mato Grosso do Sul, no mês de setembro, houve recordes de temperatura máxima atingidos.
Água Clara chegou a bater o recorde de calor e registrou a maior temperatura do Brasil no dia 17 de setembro, de acordo com o Inmet. Os termômetros alcançaram 40,6ºC no município, e a sensação térmica foi de 43ºC, ultrapassando a temperatura de Cuiabá, de 40,2ºC.
Mato Grosso do Sul se destacou na data por estar entre os estados mais quentes do País. No ranking das 20 cidades mais quentes, quatro eram do Estado. Logo na segunda colocação, atrás de Água Clara, estava Porto Murtinho, que atingiu 40,6ºC. Na 13ª posição, Coxim chegou aos 38,8ºC, e o município de Paranaíba apareceu na 18ª posição nacional, com 38,6ºC registrados.