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quinta-feira, setembro 19, 2024
 
 
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Câmara Municipal discute falta de vagas na educação infantil de Campo Grande

Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande realizaram, nesta segunda-feira (19), audiência pública para discutir a falta de vagas na educação infantil na Capital. O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Políticas e Direitos das Mulheres, de Cidadania e de Direitos Humanos, composta pelos vereadores Luiza Ribeiro (presidente), Júnior Coringa (vice), Valdir Gomes, Clodoilson Pires e Gian Sandim.

“Se é garantido, se é direito da criança brasileira ter um espaço de cuidado desde que nasce, não tem conversa. A única coisa que se pode fazer é criar espaços. Estamos acumulando essa dívida por 36 anos. Não é possível ficarmos o resto da vida discutindo fila em creche. Não pode ter fila em creche. Isso mostra nosso descaso e incompetência em resolver uma coisa simples”, afirmou a coordenadora do Núcleo Aliança pela Infância, Ângela Maria Costa.
Segundo a Semed (Secretaria Municipal de Educação), 6,9 mil crianças aguardavam vagas nas escolas de educação infantil da Capital em janeiro deste ano. Em julho, a lista foi atualizada e o número saltou para 8,4 mil.

Na teoria, a Capital precisaria erguer 34 novas unidades com capacidade para 250 alunos para suprir a demanda. Uma solução prática, mas que demanda recursos significativos e planejamento de longo prazo.

“Precisamos pensar em questões emergenciais, a curto prazo, mas também a médio e longo prazo. É importante reiterar o compromisso da Secretaria Municipal de Educação. O Fórum tem acompanhado, não só em relação às vagas, mas em relação a toda organização que a gente vê na questão”, disse Ana Paula Melim, do Fórum Permanente de Educação Infantil de Mato Grosso do Sul.

A falta de vagas pune crianças, as privando do acesso à educação, excluindo da oportunidade ao desenvolvimento pedagógico, e também penaliza famílias que não têm com quem deixar seus filhos para trabalhar.

“Avançamos na educação infantil, mas expandimos naquele limite de que a educação infantil demorou para se tornar pública realmente. Tivemos, por muitos anos, nossos dados nas escolas privadas. Hoje, talvez, o que estejamos vivendo é um reflexo de como foi o andamento da história da educação infantil no nosso município. Mas, esses avanços que tivemos não podem retroceder”, diz a coordenadora do Comitê MS da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Mariete Félix Rosa.

A presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Deumeires Morais, afirmou que o assunto é um tema pertinente não só para os professores, mas, também, para toda a sociedade.

“A educação infantil é primordial para que iniciemos a aprendizagem das crianças. Quando iniciamos a educação dos futuros cidadãos, é onde desconstruímos algumas questões que já vêm de família, como racismo, a falta de respeito, desigualdades, e outras questões que já vêm, infelizmente, arreigadas de uma sociedade conservadora”, disse.

Segundo o secretário Municipal de Educação, Lucas Bittencourt, a primeira infância é essencial para os jovens. “Não falamos de alunos, falamos de crianças. Ainda temos muito a avançar e, a cada dia, precisamos lidar para saber o que é melhor para essas crianças. É isso que temos feito. Temos um diálogo aberto para que possamos avançar. Não podemos trazer o aluno sem dar o suporte devido. É isso que temos buscado diariamente”, garantiu.

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