Dezenas de famílias que vivem na área da Homex acompanharam hoje pela manhã a votação, em regime de urgência, do projeto que permite a regularização fundiária e o assentamento das famílias que desde 2013 ocupam lotes da falida construtora Homex, na região sul de Campo Grande. A medida foi aprovada por unanimidade, 27 votos favoráveis, pelos vereadores da Capital.
Na região vivem em torno de 1.500 famílias, ou cerca de sete mil pessoas, que a partir de agora terão direito a financiamento para fazerem melhorias ou construírem suas casas. Além disso, terão acesso a serviços regulares de água e energia, por exemplo.
Conforme o projeto aprovado hoje, os lotes terão custo médio de R$ 20 mil e as famílias terão de pagar prestação mensal da ordem de R$ 130,00. A Câmara também já aprovou crédito especial para que os moradores tenham acesso a crédito especial para que construam ou reformem as casas.
A área da Homex foi invadida depois que a construtora abandou o projeto e decretou falência. A previsão é de que a prefeitura pague em torno de R$ 10 milhões pela área, o que é um valor bem inferior ao reivindicado pela construtora, que em 2017 já exigia R$ 33 milhões.
Um dos líderes da ocupação, Francisco Jaílton Guimarães Saraiva, conhecido como Jája, 46 anos, espera que depois da regularização o poder público leve melhorias na área de educação e saúde ao bairro, já que atualmente estes moradores são obrigados a buscar atendimento em bairros vizinhos.
Ao parabenizar as famílias beneficiadas, a vereadora Luíza Ribeiro enfatizou que a votação de agora é resultado da persitência. “Parabéns por não terem desistido, mas resistido. Movimento pela moradia é luta, que muitas vezes demora”.
Conforme o vereador André Luiz (Rede), para que a pessoa tenha um mínimo de dignidade humana é necessário que ela tenha alimentação e local para morar. “E essa votação de hoje garante isso, dá um mínimo de dignidade a estas famílias”.
A posse da área estava em disputa judicial, mas mesmo assim o poder público interferiu e conseguiu tomar posse do imóvel. “Isso mostra que quando existe vontade política, é possível tomar medidas que beneficiam a população, mesmo que a questão esteja judicializada”, lembrou o vereador André Luiz.
Com informações do Correio do Estado