O deputado federal Beto Pereira (PSDB), candidato a prefeito de Campo Grande, afirmou nesta terça-feira (24), durante entrevista à Rádio CBN, que a primeira medida em uma eventual gestão sua será “arrumar a bagunça” na Prefeitura.
A proposta inclui uma ampla reforma administrativa, com foco na redução de cargos comissionados e secretarias, além do fim da chamada “folha secreta”, que, segundo ele, é uma das grandes responsáveis pela crise fiscal do município.
“Eu começaria arrumando a bagunça que impera na Prefeitura de Campo Grande. Em 2012, tínhamos uma prefeitura superavitária, com capacidade de investimento maior do que o governo do Estado. Agora, temos uma prefeitura que tem 98% do seu orçamento comprometido com folha de pagamento e custeio”, afirmou o candidato.
Beto foi enfático ao criticar a gestão atual da prefeita Adriane Lopes (PP), destacando o impacto da folha de pagamento oculta, que, segundo ele, consumiu R$ 358 milhões. “Temos que cortar a folha secreta, diminuir o número de secretarias e reduzir o número de cargos em comissão. A partir daí, seremos novamente um município com capacidade de investimento e de elaborar bons projetos”, ressaltou.
O candidato também criticou a disparidade salarial dentro da administração pública. “Hoje, vemos um servidor concursado ganhando R$ 3 mil, enquanto um apadrinhado político recebe R$ 12 mil para fazer metade do serviço. Não dá para conviver com uma prefeitura onde tem gente ganhando menos que um salário mínimo, e a cunhada da prefeita recebendo R$ 80 mil, R$ 100 mil todos os meses. Isso é imoral e a população não aceita mais”, afirmou.
Redução de secretarias e cargos comissionados
Beto Pereira propõe uma reforma que vai além da mera redução de secretarias, apontando a necessidade de cortar as nomeações baseadas em apadrinhamento político. “Comissionados sempre irão existir, mas vamos fortalecer o serviço e o servidor público. O que a população não aceita é essa discrepância e imoralidade”, completou.
Ele também destacou que é necessário valorizar os servidores de carreira, garantindo que seus direitos sejam respeitados, algo que, segundo ele, não tem acontecido na atual administração. “Não estamos falando de novas conquistas, mas de leis existentes que não estão sendo cumpridas. São diversas categorias prejudicadas, como enfermagem, setor administrativo, Guarda Civil Metropolitana (GCM), professores”, disse.
A reforma administrativa proposta por Pereira visa, em última análise, liberar recursos para investimento em áreas essenciais e garantir que a Prefeitura recupere sua capacidade financeira. Ele prometeu buscar parcerias para projetos que “deem resultado para a cidade”, caso eleito.