A antecipação do pagamento do 13º salário dos servidores municipais deve movimentar a economia em Campo Grande. São R$ 183 milhões a mais circulando. Parte deste dinheiro – 50% do total – deve ser usado para compra de mercadorias e serviços, conforme pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo o estudo, 33% do montante deve ser gasto com consumos de bens, como compras em mercados e hipermercados e produtos em geral. Já os gastos com serviços devem abocanhar 17% do valor. Somente 12% deve ser guardado para futuros investimentos ou poupança. 37% ainda vão usar o dinheiro extra para pagamentos de dívidas. É o que indica a pesquisa, que cruza dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o nível de endividamento das famílias brasileiras.
No pais todo, o pagamento do décimo terceiro salário deve somar R$ 251,6 bilhões. O montante é, portanto, 6,4% maior em relação aos R$ 236,4 bilhões pagos ao longo de todo o ano passado, já descontada a inflação. O maior montante pago neste ano se deve ao aumento do nível de ocupação no mercado de trabalho. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), nos 12 últimos meses encerrados no terceiro trimestre deste ano, o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 13%, com a geração de 1,52 milhão de novas vagas.
Para o comércio, a concentração da parcela do 13⁰ no mês de dezembro representa o período de maior aquecimento das vendas. Historicamente, a chegada do último mês do ano coincide com um avanço médio de 25% nas vendas, sendo seu impacto ainda mais significativo em segmentos como vestuário e calçados (80%), livrarias e papelarias (50%) e lojas de utilidades domésticas (33%).
A secretária municipal de Finanças e Planejamento, Márcia Helena Hokama, afirma que o recurso que entra na conta dos servidores ajuda muito na confraternização e pagamento de contas. “Este é um momento de festas, de natal, de união das famílias, de compra de presentes e também de colocar as contas em dia”, diz.
Em Campo Grande, a perspectiva é que as comemorações natalinas com as tradicionais trocas de presente e os festejos de fim de ano movimentem R$ 272,497 milhões na economia. O valor representa mais que o dobro do registrado em 2021, quando foram injetados cerca de R$ 112 milhões. Os números são da pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS). Já no estado, a expectativa é movimentar mais de R$ 816 milhões na economia, 31% acima que o ano de 2021.
A população está mais propensa a comemorar, tornando a expectativa de movimento na economia bastante positiva. Somente o Natal será responsável por cerca de R$ 186 milhões, contando as comemorações e os investimentos das compras natalinas. As festas de fim de ano serão responsáveis por outros R$ 86,5 milhões na economia da Capital.
Para o secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Adelaido Vila, o entusiasmo do consumidor vem ao encontro do bom momento econômico que Campo Grande volta a vivenciar. “Os consumidores já estão indo às compras e o pagamento antecipado do 13⁰ dos servidores municipais assim como a expectativa da última parcela do 13º dos salários dos trabalhadores da iniciativa privada devem movimentar ainda mais o comércio”, finaliza Adelaido.