Em reunião das principais lideranças do PT de Mato Grosso do Sul, realizada na noite de segunda-feira, no diretório estadual, em Campo Grande, o partido bateu o martelo e definiu que o candidato da legenda para disputar a prefeitura da Capital nas eleições municipais do próximo ano será o deputado estadual Zeca do PT ou a advogada Giselle Marques, que foi candidata a governadora pela sigla em 2022.
Segundo os analistas políticos Daniel Miranda, Tércio Albuquerque e Paulo Cabral, que foram ouvidos pelo Correio do Estado para avaliar como ficou o quadro para o pleito de 2024 em Campo Grande, o PT está cometendo um grande erro ao polarizar a escolha de seu pré-candidato entre esses dois nomes e, na prática, acaba, de forma intencional ou não, beneficiando a candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) ao cargo.
Para o cientista político Daniel Miranda, independentemente de quem for o escolhido, Zeca do PT ou Giselle Marques, o PT não terá muita chance de vencer a eleição para a prefeitura da Capital. Além disso, o partido perderá a oportunidade de ser mais competitivo, caso optasse pelo nome da ex-vereadora e agora deputada federal Camila Jara.
“Tanto o Zeca quanto a Giselle não têm nenhuma chance em Campo Grande. Esse é o tipo de candidatura que fala mais para dentro do que para fora, pois são nomes fortes do partido – mais o Zeca do que a Giselle –, provavelmente, foram escolhidos para evitar conflitos internos mais intensos e porque Zeca tem uma base que o PT vai tentar explorar ao máximo para eleger uma boa bancada de vereadores”, argumentou.
No entanto, Miranda lembrou que o PT nunca conseguiu ter um desempenho forte em Campo Grande, exceto na famosa eleição de 1996, com o próprio Zeca, mas depois declinou e estagnou em faixas muito restritas do eleitorado.
AMBOS SÃO FRACOS
“Não consigo enxergar, hoje, uma mudança muito significativa nisso. Obviamente, como é clichê dizer, na política tudo pode acontecer, mas, repito, hoje o cenário é esse: o partido tentará manter suas cadeiras no Legislativo municipal, pois ambos são fracos, Zeca, um pouco menos”, pontuou.
Daniel Miranda acrescentou que Camila Jara seria uma opção muito melhor para o PT em Campo Grande, em razão de ser mais jovem, mulher e não ter máculas na política.
“Além disso, ela vem em ascensão, disputando com sucesso duas eleições seguidas em curto espaço de tempo e vencendo ambas. O problema é o choque geracional que isso deve ter provocado no partido. Eu não tenho informações de bastidores, mas suponho que essa ascensão rápida dela dentro do PT deve ter mexido na balança de poder interno”, analisou.
Para o cientista político, nesse cenário, escolher Zeca do PT pacifica, dado seu prestígio dentro da legenda, por outro lado, talvez Camila Jara não queira disputar a eleição, o que também é estratégico. “É uma exposição e um esforço que vai consumir tempo precioso do mandato de deputada federal dela, que, suponho, deve ser a prioridade no momento”, avaliou.
Ele também projeta que a escolha de Zeca do PT ou de Giselle Marques fortaleceria a candidatura do deputado federal Beto Pereira. “Mas a questão é: fortalecer o Beto é consequência ou objetivo? Dado que o Zeca do PT tem proximidade pública com o PSDB, pode-se conjecturar que esse possa ser um dos objetivos dessa candidatura petista. Mas pode-se considerar também que se trata apenas de consequência, que não é a intenção do PT fortalecer o Beto. Eu diria que é mais consequência que objetivo, mas não descarto que a intenção tenha pesado em alguma medida”, ressaltou.
PÉSSIMA CARTADA
Já o cientista político Tércio Albuquerque avaliou que, diante dessa possibilidade de o PT preterir Camila Jara e colocar em discussão a possibilidade de Zeca ou Giselle para a Prefeitura de Campo Grande, sem dúvida nenhuma, é uma péssima cartada. “Nenhum dos dois tem qualquer chance, se compararmos exclusivamente com os nomes que já estão sendo ventilados para disputar o cargo máximo da Capital”, afirmou.
Na avaliação dele, Camila Jara teve uma votação expressiva para deputada federal, alcançou praticamente 4% dos votos válidos, fazendo muita diferença, pois já mostrou muito mais atitude e resultado na militância do que os dois outros.
“Zeca teve um tempo em que usufruiu desse tipo de benefício da sua candidatura ou da sua circulação como deputado estadual e como governador, mas esse tempo passou. Ele ficou no ostracismo político e, agora, dificilmente terá qualquer chance”, argumentou.
Quanto a Giselle Marques, completou Tércio Albuquerque, ela sempre pleiteia os cargos majoritários do PT.
“Ela é uma candidata nata, bastante envolvida, com bastante atuação política, mas não congrega votação para enfrentar uma eleição para a prefeitura da Capital. Então, o que nós estamos vendo é uma eventual organização interna do PT justamente para não fazer frente à candidatura de Beto Pereira, que até agora todos estão afirmando ser o único que pode efetivamente levar adiante o sonho de administrar o município”, declarou.
O cientista político disse ao Correio do Estado que, se o PT enfraquece a sua reposição de candidatos, automaticamente abre uma janela maior para um trabalho em favor de Beto Pereira. “De outro lado, enquanto não se definirem as candidaturas, fica tudo um pouco na base da estimativa da expectativa, porque temos outros candidatos, então, tudo isso vai se alinhando a partir do momento que se definirem efetivamente quem serão os candidatos”, ponderou.
SEM CHANCES
Por isso, conforme Tércio Albuquerque, neste momento, se o PT definir Zeca ou Giselle, está dizendo que não pretende ganhar a Prefeitura de Campo Grande. “Provavelmente pode ter alinhado aí, como o partido já fez um alinhamento com o governo do Estado, para uma possibilidade de atuação paralela com eventual eleição de Beto Pereira para a administração de Campo Grande”, projetou.
Na visão do sociólogo Paulo Cabral, independentemente de quem o PT escolher para disputar a Prefeitura de Campo Grande nas eleições municipais do próximo ano, o deputado estadual Zeca do PT ou a advogada Giselle Marques, será um tiro na água, ou seja, inócuo.
“Veja bem, em Campo Grande, o PT não tem muita chance de ganhar a eleição para a prefeitura municipal, independentemente do nome que porventura venha a escolher como candidato”, analisou.
Para ele, no entanto, se o escolhido for o ex-governador Zeca, isso pode favorecer a candidatura do deputado federal Beto Pereira para o cargo de prefeito. “Porém, como tenho dito, ainda é muito cedo”, afirmou, referindo-se ao fato de faltar mais de um ano para as eleições municipais de 2024.
Já o cientista político Tércio Albuquerque avaliou que, diante dessa possibilidade de o PT preterir Camila Jara e colocar em discussão a possibilidade de Zeca ou Giselle para a Prefeitura de Campo Grande, sem dúvida nenhuma, é uma péssima cartada. “Nenhum dos dois tem qualquer chance, se compararmos exclusivamente com os nomes que já estão sendo ventilados para disputar o cargo máximo da Capital”, afirmou.
Na avaliação dele, Camila Jara teve uma votação expressiva para deputada federal, alcançou praticamente 4% dos votos válidos, fazendo muita diferença, pois já mostrou muito mais atitude e resultado na militância do que os dois outros.
“Zeca teve um tempo em que usufruiu desse tipo de benefício da sua candidatura ou da sua circulação como deputado estadual e como governador, mas esse tempo passou. Ele ficou no ostracismo político e, agora, dificilmente terá qualquer chance”, argumentou.
Quanto a Giselle Marques, completou Tércio Albuquerque, ela sempre pleiteia os cargos majoritários do PT.
“Ela é uma candidata nata, bastante envolvida, com bastante atuação política, mas não congrega votação para enfrentar uma eleição para a prefeitura da Capital. Então, o que nós estamos vendo é uma eventual organização interna do PT justamente para não fazer frente à candidatura de Beto Pereira, que até agora todos estão afirmando ser o único que pode efetivamente levar adiante o sonho de administrar o município”, declarou.
O cientista político disse ao Correio do Estado que, se o PT enfraquece a sua reposição de candidatos, automaticamente abre uma janela maior para um trabalho em favor de Beto Pereira. “De outro lado, enquanto não se definirem as candidaturas, fica tudo um pouco na base da estimativa da expectativa, porque temos outros candidatos, então, tudo isso vai se alinhando a partir do momento que se definirem efetivamente quem serão os candidatos”, ponderou.
SEM CHANCES
Por isso, conforme Tércio Albuquerque, neste momento, se o PT definir Zeca ou Giselle, está dizendo que não pretende ganhar a Prefeitura de Campo Grande. “Provavelmente pode ter alinhado aí, como o partido já fez um alinhamento com o governo do Estado, para uma possibilidade de atuação paralela com eventual eleição de Beto Pereira para a administração de Campo Grande”, projetou.
Na visão do sociólogo Paulo Cabral, independentemente de quem o PT escolher para disputar a Prefeitura de Campo Grande nas eleições municipais do próximo ano, o deputado estadual Zeca do PT ou a advogada Giselle Marques, será um tiro na água, ou seja, inócuo.
“Veja bem, em Campo Grande, o PT não tem muita chance de ganhar a eleição para a prefeitura municipal, independentemente do nome que porventura venha a escolher como candidato”, analisou.
Para ele, no entanto, se o escolhido for o ex-governador Zeca, isso pode favorecer a candidatura do deputado federal Beto Pereira para o cargo de prefeito. “Porém, como tenho dito, ainda é muito cedo”, afirmou, referindo-se ao fato de faltar mais de um ano para as eleições municipais de 2024.