O representante comercial autônomo Eloandes Rosa de Oliveira, 40 anos, que seria agiota e foi morto com pelo menos dez tiros por dois homens em uma motocicleta na noite de sábado (1º), tinha sido preso, em 2019, na rua por porte ilegal de arma de fogo.
No entanto, em janeiro deste ano, três anos depois, a Justiça o inocentou por acreditar na versão de que policiais militares teriam forjado a prisão porque um deles estaria se relacionando com uma ex-namorada da vítima.
Ele foi assassinado na região do Parque do Sóter, situado no Bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande (MS). A vítima, que estava ao lado do carro, uma caminhonete, morreu no local.
Socorristas foram acionados logo depois do atentado, mas, assim que chegaram, notaram que o homem já tinha morrido. Ele estava sozinho quando foi atacado.
O agiota foi atingido, principalmente, na cabeça e região peitoral. Os tiros teriam saído de uma pistola calibre 9 mm. Extraoficialmente, a vítima, segundo algumas pessoas que disseram que a conheciam, contaram sob a condição do anonimato, vivia de empréstimos, ou seja, era agiota.
Em consulta ao site do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), é possível, em breve pesquisa, descobrir que em agosto de 2019, Eloandes de Oliveira foi detido por policiais militares na região do Carandá Bosque, por porte ilegal de arma de fogo.
O MPE (Ministério Público Estadual) o denunciou em novembro daquele ano, mas depois opinou por sua inocência no caso. Boletim de ocorrência anotado pelos policiais, à época, afirma que no dia 2 de agosto de 2019, Eloandes de Oliveira e um colega foram detidos na Rua José Danilo Pessoa Navarro, no Bairro Carandá Bosque.
A dupla estava de motocicleta e Eloandes de Oliveira disse portava um revólver calibre 38 e guardava nos bolsos R$ 1,5 mil em dinheiro e um cheque no valor de R$ 290,00. Em depoimento dado pelo colega que também tinha sido detido, a vítima seria agiota.
No dia que foi detido, em depoimento na delegacia, o suposto agiota disse que antes teria sido espancado “numa salinha”. Os PMs que o prenderam teriam batido e ameaçado o detido caso “falasse algo”. E que ele teria sido vítima de uma armação dos PMs. Mas não detalhou nada por preferir falar somente em juízo.
Naquele primeiro depoimento, disse que já tinha enfrentado problemas judiciais por “violência doméstica, ameaça e disparo de arma de fogo”. O homem que foi fuzilado ontem pagou, à época, fiança de R$ 1,5 mil e foi solto. E passou a responder o processo pela prisão efetuada pelos policiais.
No dia 9 de janeiro deste ano, o episódio envolvendo Eloandes de Oliveira sofreu um revés. O juiz Waldir Peixoto Barbosa o inocentou. O Ministério Público Estadual, que havia oferecido a denúncia contra ele, também foi favorável a absolvição do réu.