O terremoto que atingiu o Marrocos na madrugada deste sábado (9) já soma mais de mil mortos e deixou milhares assustados, em várias localidades do país. Uma dessas pessoas é a advogada Sarah Helma Hampel, de 32 anos, sul-mato-grossense que viaja pelo mundo como nômade digital e que levou susto com tremor.
“Minha ficha não tinha caído de que de fato era um terremoto. A princípio, achei que seria sei lá, um caminhão passando na rua”, relata.
Durante o desastre, Sara estava em na cidade de Essaouira, antigamente chamada Mogador, localizada na costa sudoeste do Marrocos.
O epicentro do terremoto foi nas montanhas do Alto Atlas e a maioria das vítimas estava em Marrakech e em várias áreas ao sul, conforme divulgado pelo Ministério do Interior.
O terremoto ainda foi sentido na capital Rabat e nas cidades de Casablanca e Essaouira, onde encontra-se Sara. O tremor também afetou as províncias e os municípios de al-Haouz, Ouarzazate, Azilal, Chichaoua e Taroudant.
O tremor registrou 6.8 de magnitude, classificado como “forte” na escala Richter, enquanto o valor máximo é 9. A cidade de Essaouira fica localizada a 188 Km do epicentro.
O tremor também atingiu uma profundidade relativamente superficial, tornando-o mais destrutivo.
Sara conta que o hostel em que está hospedada fica a 100 metros da praia. Após o ocorrido, toda a população precisou ficar nas ruas por cerca de 3 horas, longe dos prédios e, caso ocorresse outro terremoto, a orientação era correr sentido contrário ao mar, diante do risco de tsunami.
“Todo mundo saiu desesperado, o prédio começou a tremer inteiro, são 4 andares, eu estava no térreo. Os pássaros começaram a voar. As pessoas saíram todas de casa e a rua ficou lotado”, contou.
A última contagem divulgada pelo governo marroquino conta 1300 mortos e centenas de desaparecidos.
Veja um vídeo registrado por câmera de segurança vídeo. A imagem mostra o momento em que um terremoto de magnitude 6.8 abalou o Marrocos, um sismo que chegou a ser sentido até em Portugal:
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O número de vítimas, que já faz desse abalo o mais mortal desde 2004, ainda é preliminar, segundo o Ministério do Interior.
O terremoto ocorreu em Ighil, nas montanhas do Alto Atlas, cerca de 70 quilômetros a sudoeste de Marrakech, a uma profundidade de 18,5 quilômetros, às 23h11 no horário local (19h11 do horário de Brasília).
Na cidade antiga de Marrakech, um Patrimônio Mundial da Unesco densamente povoado, casas desabaram e um muro apresentava rachaduras e trechos destruídos.
Durante a noite, as pessoas estavam tentando remover manualmente os escombros enquanto aguardavam equipamentos adequados, disse à Reuters Id Waaziz Hassan um morador.
Para os brasileiros que estão no loca, o governo federal divulgou os contatos da Embaixada do Brasil em Rabat, que trabalha em regime de plantão.
Os funcionários brasileiros do posto marroquino podem ser contatados pelo telefone +212 661 16 81 81 (inclusive WhatsApp). Outro canal de atendimento é o plantão consular do Itamaraty, no telefone e WhatsApp: +55 61 98260-0610.