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terça-feira, novembro 26, 2024
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Ação da Polícia Civil em parceria com CCZ e Ong Cão Feliz proporciona bem-estar para cães resgatados

O dia da cachorra Neguinha começou cedo hoje. Logo nas primeiras horas da manhã, ela foi até o prédio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista (DECAT) em busca da realização da castração, serviço que está sendo oferecido pela Polícia Civil e município de Campo Grande, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), com apoio da Ong Cão Feliz.

Acompanhada de sua nova dona, a comerciante Marlene de Souza e Silva, Neguinha parecia estar feliz com o carinho e cuidado recebido. Ela foi resgatada há 4 meses, pela Decat e foi adotada por dona Marlene, que cuida com muito amor da nova integrante da família.

De acordo com Marlene, quando Neguinha foi resgatada ela estava muito magra, com a doença do carrapato e Leishmaniose. Mesmo tendo outros três cachorros, dona Marlene se compadeceu da situação em que estava a cadela e resolveu adotá-la. “Se ela continuasse no lar onde ela estava, ia acabar morrendo”, contou a comerciante.

Para dona Marlene, esta parceria entre a Decat, CCZ e Ong Cão Feliz é excelente, pois além de oferecer a castração gratuita aos animais resgatados, ainda controla o aumento populacional dos cães e evita o sofrimento dos animais os direcionando a um novo lar.

Além de Neguinha, outros 21 cachorros puderam realizar a cirurgia de castração, na data de hoje, 25/08, na sede da Decat. Os procedimentos foram feitos por médicos veterinários do CCZ, juntamente com suas equipes.

Os animais foram trazidos ao local pela Ong Cão Feliz, passaram por um primeiro atendimento e após serem triados, foram anestesiados e encaminhados para o Castramóvel, uma espécie de trailer, acoplado em uma caminhonete, que funciona como um centro cirúrgico móvel, dotado de todos os instrumentos, aparelhos e os cuidados de higiene, que o espaço deve ter.

De acordo com a coordenadora do CCZ, médica veterinária Juliana Rezende Araújo, a cirurgia, que é minimamente invasiva, dura aproximadamente 30 minutos, entre o procedimento e o pós-operatório. Durante a operação, são retirados o útero e ovário nas fêmeas e testículos dos machos. A cicatrização e recuperação total do animal é de apenas 7 dias.

O castra móvel faz parte de uma política pública voltada ao manejo populacional de cães e gatos. No município de Campo Grande ele está sendo empenhado na castração de cães, tendo em vista que as castrações de felinos são realizadas no CCZ.

Geralmente o trailer percorre áreas de vulnerabilidade social e pontos específicos, além de atender ações pontuais, como a da Decat e loteamento indígena Marçal de Souza. O projeto teve início em abril de 2021 e já percorreu os bairros: Portal Caiobá, Los Angeles, Macaúbas, Vida Nova, Indubrasil e Lageado. Ao todo 377 animais foram castrados no Castramóvel, em Campo Grande.

Já com a parceria DECAT/CCZ, que está em sua 2ª etapa, 31 animais foram atendidos. “Essa ação conjunta é importantíssima para a saúde pública, uma vez que esses animais são originários de situações de maus-tratos, em que o convívio homem/animal acaba tendo um desarranjo, por questões violentas. É a chance do animalzinho receber um novo lar de forma harmônica, sem causar problemas às pessoas”, ressalta a médica veterinária.Dona Marlene com NeguinhaFoto: Dandara Feitosa

O delegado titular da DECAT, Maércio Alves Barbosa informa que esta parceria entre a Polícia Civil e o município de Campo Grande já acontece há alguns anos. “O CCZ nos apoia em todos os resgates e em todas as investigações em que é preciso tirar os animais do lar onde eles estão sofrendo maus-tratos. Eles nos auxiliam no resgate, na realização dos exames e na castração, que facilita a inserção do animal em um lar adotivo”, reforçou.  

Esta atividade faz parte do projeto Decat em ação, que se dedica não só à elucidação de crimes e punição dos autores, como também se preocupa com o bem-estar dos animais que vivem em situação de maus-tratos. “A Polícia Civil trabalha com a elucidação de crimes, autoria e materialidade. Nós poderíamos simplesmente apurar o crime e ignorar a situação do animal, mas nós vimos que além do trabalho puramente policial, o animal precisa de uma assistência. Por isso nós resolvemos fazer o ciclo completo, recolhendo o animal, tratando e posteriormente o entregando para famílias que irão cuidar dele com amor e carinho”, enfatizou o delegado.

Texto e Fotos: Keila Flores

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