O avanço da imunização está permitindo que o Centro de Equoterapia da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul volte a atender em sua capacidade máxima na Capital e também nos municípios de Aquidauana, Corumbá, Dourados, Nova Andradina e Sidrolândia através da APAE. Em média são realizados 464 atendimentos semanais em todo Estado.
Desde 2016, Camila Flores, 12 anos, é assistida pelo Centro de Equoterapia da PMMS. A mãe Lucilene conta que no começo da pandemia foi um período delicado para a família pela falta que a menina sentia das atividades.
“Foi complicado, ela teve crises de ansiedade, pois todas as atividades que ela pratica ficaram paradas, ela faz fono, terapia ocupacional, ballet, natação, equoterapia, e a escola também. Como consequência da ansiedade, acabou engordando 10 quilos e também passou algumas noites sem dormir”.
A indicação da equoterapia veio praticamente junto com o diagnóstico do espectro autista pela neuropediatra Maria Cristina Sanches, quando Camila tinha 9 anos.
“Não tenho palavras pra descrever, tamanha importância essa prática fez na vida da Camila. Ela simplesmente ama, aos poucos foi perdendo o medo dos cavalos e tornando-os uns dos seus melhores amigos. Sem dúvida faz muito bem em todos os sentidos pra ela, físico, emocional e cognitivo. Minha gratidão a todos os envolvidos nesse lindo projeto”.
Sobre a retomada, o coordenador estadual do projeto de Equoterapia da PMMS, o tenente Vanderlei Roberto Lorensetti, destaca que só foi possível com a imunização dos profissionais que atuam no Centro e também dos praticantes.
“A busca do Centro de Equoterapia é chegar a 100% da normalidade. Embora ainda tenhamos questões relacionadas à legislação vigente e à imunização completa, estamos buscando atender na nossa capacidade máxima. Só não chega a 100% porque algumas crianças ainda têm comorbidades que não permitem, mas a maioria já está voltando à normalidade”.
As principais medidas de segurança foram mantidas, como o uso da máscara, higienização das mãos com água e sabão, além do uso de álcool para higienização da sela do cavalo entre um aluno e outro. Mas nada que lembre a paramentação adotada em agosto de 2020 para a retomada gradativa das atividades que ficou suspensa nos cinco primeiros meses de pandemia.
A paramentação era bastante fechada, e se não fosse pela voz, quase não dava pra ver quem estava por trás do traje que contava com capa de plástico, óculos, visor, máscara e luvas. Embora alguns alunos tenham estranhado no início, logo se acostumaram e deram continuidade às aulas fundamentais no plano de tratamento.
A fundadora e presidente do Centro de Equoterapia, coronel Neidy Nunes Barbosa Centurião, destaca o zelo com os alunos. “É uma alegria poder voltar a atender gradualmente ainda em obediência aos protocolos de prevenção a COVID visto o cuidado que temos com nossos praticantes”.
A equoterapia é um método terapêutico que utiliza cavalos mansos, dóceis e bem treinados, como estímulo para o desenvolvimento da mente e do corpo. Serve como complemento no tratamento de adultos e crianças com deficiências ou alguma necessidade especial.
Para participar da terapia oferecida gratuitamente pelo Centro de Equoterapia da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul é preciso ter indicação médica e estar inserido em quadros clínicos específicos como: doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, musculares, clínico metabólicas, sequelas de traumas e cirurgias. Normalmente o processo é realizado uma vez por semana, com duração total de 40 minutos, sendo 30 minutos de interação direta com o cavalo.