Em entrevista à Revista Veja, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Ridel, último dos tucanos a chefiar um estado no país, chega a seu terceiro ano de mandato com índices positivos. Com mais de 75% de aprovação, segundo pesquisas recentes, ele comemora os resultados econômicos do estado – maior reduto do minguado PSDB atualmente -, puxado pelo desempenho do agronegócio e do turismo, e preconiza o incremento de parcerias público-privadas como motor para o crescimento.
Ele falou sobre a relação com o governo federal – na qual, defende, separa “muito bem” a crítica como oposição da agenda “propositiva” que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem encaminhado em relação ao estado. Criticou, no entanto, o aumento de impostos desenfreado promovido pelo governo, a exemplo da alta do IOF. “O Brasil veio resolvendo seu problema fiscal em cima de aumento de tributos e acredito que não há mais espaço para isso. “Precisamos liderar uma agenda de reformas, de reestruturação do gasto, para poder resolver o problema fiscal, afirmou.
Cortejado por legendas como o PSD de Gilberto Kassab, o PL de Valdemar Costa Neto e o Progressistas de Ciro Nogueira e Tereza Cristina – aliada de primeira hora do sul-mato-grossense -, Riedel desconversa quando o assunto é a migração para alguma dessas legendas, mas diz estar “conversando e ouvindo a todos”.
Mesmo com o fracasso da fusão do Podemos com o PSDB, movimento que era alardeado como meio de sobrevivência da sigla, Riedel afirma ver espaço para a construção de alianças com outras legendas, como o MDB e o Republicanos. “O PSDB está em um caminho de consolidação de conversas com outros partidos que pode resultar numa força política importante. E fundamental que haja diálogo com partidos do mesmo espectro ideológico, que venham a colocar uma nova força política no cenário político brasileiro”, defendeu.
Sobre o cenário para 2026, o governador avalia que, mesmo com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, o ex-presidente continuará como uma grande liderança da centro-direita e reconheceu a gama de potenciais candidatos governadores para o pleito, incluindo uma chapa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Tereza Cristina — ou até mesmo a aliada como candidata ao Palácio do Planalto.
“A Tereza é uma candidata a presidente da República, é um possível nome. Um nome nacional altamente qualificado, preparadíssima e que está dando uma grande contribuição pro o Brasil. Tem todas as condições de assumir qualquer candidatura numa majoritária nacional, seja para presidente, seja para vice, seja como for”, afirmou.


