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segunda-feira, novembro 25, 2024
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Sessão solene celebra centenário de Paulo Freire e homenageia 85 educadores de MS

“Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”.  A frase de Paulo Freire (1921-1997), que sintetiza sua compreensão democrática de educação, perpassa o tempo e permanece na base da prática pedagógica de inúmeros professores, entre os quais estão muitos educadores sul-mato-grossenses. Na noite desta segunda-feira (20), 85 desses professores foram homenageados na sessão solene que celebrou o centenário do nascimento de Paulo Freire. O evento, proposto pelo deputado Pedro Kemp (PT), foi realizado de forma mista, com participação presencial e virtual dos homenageados.

Durante a sessão, foi exibido vídeo sobre a vida e a atuação de Paulo Freire e, na sequência, Pedro Kemp discursou. O parlamentar lembrou a história e o legado de Paulo Freire e enfatizou a relevância do resgate do pensamento do educador pernambucano. “O momento é de resgatarmos a pedagogia crítica de Paulo Freire, seus pensamentos, sua contribuição para a educação e, em especial, a contribuição para uma educação popular”, discursou o deputado. “Assistimos estarrecidos a discursos antidemocráticos, mensagens racistas, homofóbicas, machistas e negacionistas. Por isso é importante e necessário celebrar a vida e o legado do grande educador popular, filósofo e professor universitário Paulo Freire nesta data do centenário do seu nascimento”, acrescentou.

Integrantes da mesa e outros participantes também falaram sobre a influência do educador em suas práticas. Além do deputado Pedro Kemp, discursaram a vereadora de Campo Grande, Camila Jara (PT), o presidente do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), Lucílio Souza Nobre, a representante da Coordenação do Setor da Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Laurentina Aparecida dos Santos, a representante da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Ana Maria de Oliveira, e o presidente da Fetems, Jaime Teixeira, que participou virtualmente.  

As homenageadas e os homenageados são professoras e professores da educação básica e do ensino superior, do campo e da cidade, que, de alguma forma, exercem suas práticas pedagógicas com influências do pensamento de Paulo Freire. Além dos educadores, foi homenageada a Fetems. 

José Edmilson: “O diálogo é o verdadeiro processo educacional” 

Uma das pessoas que falou em nome dos homenageados foi a professora Fátima Silva, que participou remotamente de Recife. “Ao celebrar o centenário de Paulo Freire, queremos lembrar dele como o homem da educação libertária, emancipatória e democrática. Nós, homenageados, somos homens e mulheres, educadores e educadoras que nos sentimos muito honrados por sermos considerados educadores freirianos. Gratidão, Pedro Kemp, por colocar nesta Casa quem realmente faz educação pública em nosso Estado”, discursou a professora.

O professor José Edmilson Schinelo também usou a palavra para falar, em nome dos homenageados, sobre Paulo Freire e seus ensinamentos. “Só pode estar doente uma sociedade que não aceita um gesto de afeto”, disse o professor, em referência a um dos legados de Freire, concernente ao amor, ao respeito ao outro.  Schinelo também relaçou a importância do diálogo. “Metade do livro Pedagogia do Oprimido é dedicado ao tema diálogo. Paulo Freire é a pessoa que nos ensina a buscar consciência comunitária através do diálogo. E esse é o verdadeiro processo educacional que a gente acredita”, disse.

A sessão foi encerrada com discurso de Pedro Kemp e versos da música de Martinho da Vila “Canta, Canta minha gente”. Enquanto faixas mostravam as mensagens “É preciso esperançar”, “Eu esperanço” e “Nós esperançamos”, o parlamentar enfatizava em seu discurso: “Estamos aqui para dizer que amamos Paulo Freire, que amamos sua luta e que seu sonho se tornará realidade, mesmo que demore. Este é um momento de resgatarmos a esperança”.

A sessão terminou ao som da música “Canta, canta, minha gente”

Com transmissão ao vivo, a sessão solene foi acompanhado por 215 pessoas pelas mídias sociais da Casa de Leis (Facebook e YouTube). Muitos publicaram mensagens de agradecimento e de congratulação. “​Obrigada, dep. Kemp pela homenagem de tod@s. Isso prop. incentivo e esperança pra continuarmos acreditando que a educação pode transformar de forma humanizada libertadora e democrática”, postou Teodora de Souza. “Parabéns Pedro Kemp pela homenagem! Que cada um e cada uma homenageado/a essa noite sigam o grande mestre Paulo Freire, e que realmente sejam educadores”, escreveu Bárbara Nicodemos. “Viva Paulo Freire o Educador do Povo!! Seguimos seu exemplo”, comemorou Atiliana Brunetto. 

Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira

Nascido em 19 de setembro de 1921, em Recife, Paulo Freire é considerado um dos mais importantes intelectuais brasileiros. Seu método começou a ganhar notoriedade em 1963, quando alfabetizou 400 jovens e adultos em Angicos, no Rio Grande do Norte, durante 40 horas.

Com a instauração da Ditadura Militar no Brasil, Paulo Freire foi obrigado a deixar o país. Ele ficou exilado por 15 anos, morando na Bolívia, Chile (onde escreveu Pedagogia do Oprimido), Estados Unidos e Suíça. Instituições de ensino de várias partes do mundo o convidaram para fazer parte do corpo docente. Em 1995, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz.

Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo. O educador recebeu 48 títulos de doutor honoris causa e várias homenagens, prêmios e títulos durante a vida e postumamente. Mais de 350 escolas no Brasil e no exterior têm o nome “Paulo Freire”.  O livro Pedagogia do Oprimido foi traduzido para mais de 20 idiomas. É a terceira obra mais citada em trabalhos na área de Humanas, ficando à frente de pensadores como Karl Marx e Michel Foucault. Em 13 de abril de 2012, Paulo Freire foi declarado Patrono da Educação Brasileira.

Confira a relação dos homenageados:

Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems)

Ana Paula Carlino (Campo Grande)

Anari Felipe Nantes (Caarapó)

Anna Zinna Ferreira Boeira da Costa (Jardim)

Antônio Carlos Biffi (Campo Grande)

Antônia Joana da Silva (Deodápolis)

Antônio Maria dos Santos Costa (Campo Grande)

Carla Villamaína Centeno (Campo Grande – UEMS)

Bartolina Ramalho Catanante (Campo Grande)

Claudia Regina Cariaga (Nova Alvorada do Sul)

Cimara Fernandes de Oliveira Cabral (Anastácio)

Daniel Stockmann (Dourados)

Edivaldo Bispo Cardoso (Campo Grande)

Denize Silva de Oliveira (Ponta Porã)

Derli Maria Melara da Silva (São Gabriel do Oeste)

Esmael Almeida Machado (Dourados – UEMS)

Donizetti Soares da Silva (Bataguassu)

Edinalvo Raimundo de Lima (Bataguassu)

Edna Márcia Fernandes (Nova Alvorada do Sul)

Edvaldo Dias (Coxim)

Eliel Benites (Dourados – UFGD – Indígena)

Eloisa Maria Zago (Coronel Sapucaia)

Elza Maria da Silva Aguirre – (Anastácio)

Emerson da Silva Santos (Deodápolis)

Eugênia Portela de Siqueira Marques (Campo Grande – UFMS)

Eva Aparecida Ortiz Barbosa (Campo Grande – ISMAC)

Fátima Aparecida da Silva (Campo Grande – CNTE)

Francisco Givanildo dos Santos (Campo Grande)

Fidêncio Vera (Paranhos)

Gleice Jane Barbosa (Dourados – REE)

Hélio de Lima (Campo Grande)

Ieda Maria Marran (Caarapó)

Ieda Marques de Carvalho

Ivo Leite Filho (Campo Grande – UFMS)

Joaquim Donizete de Matos (Aparecida do Taboado)

Joaquim Gama (Coronel Sapucaia)

Jocimar Lomba Albanez (Amambai)

Joel Aparecido Barbosa Pereira (Antônio João)

José Barreto dos Santos (Campo Grande – UEMS)

José Edmilson Schinelo (Campo Grande)

Leonir Aparecida Ferreira Barros Cavalcante (Paranaíba)

Lidio Cavanha Ramires (Caarapó)

Lígia Maria Baruk e Melo (Corumbá)

Lígia Regina Ferreira Yule (Campo Grande)

Lourdes Mendes da Silva Pereira (Dois Irmãos Do Buriti)

Luís Alberto dos Santos  (Pedro Gomes)

Luiz Tadao Mitsunaga (Nova Andradina)

Maísa Vargas Veiga (Campo Grande)

Manuel Freixo dos Santos (Campo Grande)

Márcia Maura Barboza Tinoco (Bela Vista)

Marco Aurélio Stefanes (Campo Grande – UFMS)

Maria Antônia Conceição de Souza Kuendig (Maracaju)

Maria Aparecida dos Santos (Campo Grande)

Maria Auxiliadora Rosa Pires de Souza (Campo Grande)

Maria de Lourdes Matsumoto Lopes (Cel. Sapucaia)

Maria Dilneia Espíndola Fernandes  (Campo Grande)

Maria do Carmo Souza Drumond  (Bonito)

Maria Leuda Oliveira Ferreira (Coxim)

Maria Paula Fernandes Montier Onça (Campo Grande)

Mariete Rosa Félix (Campo Grande)

Mariúza Aparecida Camillo Guimarães (Campo Grande)

Nei Geller (Caarapó)

Nelson dos Santos (Campo Grande)

Neuza dos Santos (Aquidauana)

Noêmia dos Santos Pereira Moura (Dourados – UFGD)

Ordália Alves de Almeida (Campo Grande)

Paulo Duarte Paes (Campo Grande – UFMS)

Paulo Eduardo Cabral (Campo Grande)

Pedro Bambil Souza (Bela Vista)

Ramona de Lima Aquino  (Bonito)

Regina Tereza Cestari de Oliveira (Campo Grande – UCDB)

Rejane Aparecida Rodrigues Candado (Campo Grande)

Renata Castelão  (Caarapó) 

Selma Ribeiro de Oliveira (Maracaju)

Silas Cabral da Silva ( Anastácio)

Simone Yara Benites da Silva (Corumbá)

Sirlete Augusto Lopes (Itaquiraí)

Sônia Nantes de Lima (Batayporã)

Suely Marlene Alves Torquetti (Campo Grande)

Teodora de Souza do Povo Guarani (Dourados)

Tiago Resende Botelho (Dourados – UFGD)

Valdevino Santiago (Anastácio)

Vera Lúcia Guerra (Campo Grande – UEMS)

Vitória Elfrida Antunes (Ponta Porã)

Wagner Cordeiro Chagas (Fátima do Sul)

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