O candidato a prefeito de Japorã, Gilvan Antonio Perin (PSD), o “Gil Perin”, e seu candidato a vice-prefeito, o vereador Vinícius Meira (PP), têm uma longa ficha criminal, com acusações que vão desde embriaguez e posse ilegal de arma de fogo à associação criminosa.
Já o grande apoiador da campanha deles, Cacique Roberto Carlos Martins, líder da aldeia Porto Lindo, tem pelo menos quatro boletins de ocorrência registrados em seu nome.
A chapa dos postulantes ao cargo de prefeito e vice que se dizem “cidadãos de bem” e defendem a moral e a família brasileira já estiveram envolvidos em crimes que depõem contra esses princípios. Gil Perin, por exemplo, foi acusado de ter agredido física e verbalmente sua mulher.
Conforme o boletim de ocorrência, na noite do dia 24 de julho de 2020, a esposa denunciou agressões físicas e verbais cometidas por seu companheiro.
O homem chegou em casa embriagado após sair de um bar e, sem motivos aparentes, começou a insultá-la com xingamentos de baixo calão, como “biscate” e “vagabunda”, além de dizer que “tinha nojo” de olhá-la e ordenar que ela saísse de sua frente.
A situação piorou quando o agressor passou a desferir tapas na vítima, atingindo seu rosto e suas costas, causando marcas, vermelhidão e hematomas.
De acordo com a mulher, essa não foi a primeira vez que o companheiro a agrediu, ressaltando que as brigas são recorrentes, especialmente quando ele está embriagado ou envolvido em casos de infidelidade.
A vítima solicitou a aplicação de medidas protetivas para garantir sua segurança, sendo que a ocorrência foi registrada pela Polícia Militar, que encaminhou o caso à Delegacia de Polícia Civil de Japorã para a tomada das providências cabíveis.
VICE
Já o candidato a vice-prefeito, o vereador Vinícius Meira, tem diversas ocorrências policiais registradas, ao longo dos anos, nos municípios de Mundo Novo e Batayporã.
Em 5 de outubro de 2008, em Mundo Novo, foi registrado um caso de propaganda eleitoral irregular, enquanto no dia 12 de julho de 2009, na mesma cidade, o autor foi acusado de invasão de domicílio, sendo que no mesmo ano, em 12 de setembro, Vinícius Meira foi acusado novamente de invadir uma residência e embriaguez.
O quarto boletim que consta em seu nome é de 14 de julho de 2012, também em Mundo Novo, em que foi acusado novamente de estar embriagado e fazer propaganda eleitoral irregular.
No dia 21 de junho de 2015, a ocorrência foi registrada em Batayporã, onde o candidato a vice-prefeito de Japorã foi detido por posse irregular de arma de fogo e por divulgação de fake News.
Por fim, no dia 5 de março de 2017, novamente em Mundo Novo, foi registrado boletim de ocorrência de agressão e posse irregular de arma de fogo.
SUBPREFEITO
O coordenador de campanha e apoiador declarado da chapa de Gil Perin e Vinícius Meira, o cacique Roberto Carlos Martins, tem quatro boletins de ocorrência registrados em Mundo Novo.
Ele que é a liderança da aldeia Porto Lindo e se considera “subprefeito” da chapa está alinhado aos colegas quando o assunto é criminalidade.
O primeiro boletim registrado em 2 de outubro de 2012 envolveu lesão corporal dolosa (agressão física), ameaças e associação criminosa, enquanto no dia 21 de janeiro de 2015 a liderança indígena foi novamente acusada de agressão física.
Em 13 de maio de 2019, também na cidade de Mundo Novo, o cacique foi acusado de maus-tratos e, em 9 de agosto do mesmo ano, Roberto Carlos Martins foi novamente acusado de ameaça e mais uma vez por agressão física.
A reportagem procurou os dois candidatos e a liderança indígena para que comentassem os fatos, porém, até a publicação desta matéria não obteve sucesso. O espaço continua aberto para que eles se pronunciem.