Atento às questões sociais que envolvem o bem-estar da população e demonstrando, mais uma vez, que o cuidado e a proteção com o meio ambiente também são da “nossa conta”, o Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, neste dia 5 de junho, com uma exposição cultural centrada na sustentabilidade.
Integrando a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) e reconhecido nacionalmente pela atuação na área de gestão de resíduos sólidos junto aos municípios, com o evento, o TCE-MS propõe uma reflexão sobre os desafios e soluções para a problemática do lixo e para a necessidade da proteção ambiental. É o que destaca o presidente da Corte de Contas, conselheiro Jerson Domingos.
“Os governantes precisam ter uma atenção diferenciada para a questão ambiental e, pensando nisso, o Tribunal de Contas abre as portas para receber hoje, no Dia Mundial do Meio Ambiente, artesãos de nosso Estado, expondo obras fantásticas feitas a partir de materiais que seriam descartados. Além do controle externo e da orientação aos nossos jurisdicionados quanto à boa gestão dos recursos públicos, o bem-estar da população e de nossas crianças, o meio ambiente e o descarte correto do lixo, também ‘são a nossa conta’. Devemos todos nos envolver com as questões da proteção ambiental, não por obrigação e sim pela consciência que devemos ter”, ressaltou.
Na exposição, diversos artesãos apresentam trabalhos produzidos a partir da reutilização e reciclagem de resíduos sólidos e orgânicos. Telas produzidas com cacos de xícaras, copos e pratos; bolsas e carteiras confeccionadas com o couro tratado de peixes e retalhos de lona; brinquedos infantis produzidos com embalagens descartadas; bijuterias e utensílios domésticos que reutilizam a palha do milho e paletes de madeira; esculturas produzidas com restos de galhos de árvores e ainda um parque de diversões infantil que reutiliza sucatas, são alguns exemplos das obras que compõem a inédita exposição.
Expondo a sua arte, Pablo de Oliveira desenvolve a sustentabilidade promovendo a alegria das crianças do bairro em que reside na Capital. Ele produz esculturas e brinquedos de grande porte a partir do reaproveitamento de sucatas. “No bairro em que resido falta lugar para as crianças brincarem, por isso tive a ideia de trabalhar com as sucatas. Brinco um pouco com a questão da ornamentação, com a arte didática, além também de colocar o olhar na importância de destinar corretamente o lixo. Os brinquedos e esculturas que produzo ficam no quintal da minha casa, lugar em que chamo de “Quintal Aventura”, um quintal mágico e futurista para as crianças”.
Diretamente da cidade de Coxim, a artesã Marlene Barbosa Mendonça destaca o trabalho desenvolvido pelas mulheres ribeirinhas, que confeccionam peças e acessórios utilizando o couro do peixe. “São bolsas, carteiras, bijuterias produzidas a partir do couro tratado do peixe, e que essas mulheres conseguem complementar a renda de suas casas”, explica Marlene.
Inclusão
A iniciativa da Corte de Contas, por meio da Consultoria de Projetos Especiais e Meio Ambiente do TCE-MS, além de chamar a atenção para a sustentabilidade, promove também a inclusão, com a participação especial do artista Nestor Pereira. Reutilizando galhos de árvores quebrados, ele cria esculturas que demonstram o talento do artesão, que também é aluno da Associação Juliano Varella.
A exposição que vai até sexta-feira (7), conta com a participação dos seguintes artistas: Luciana Teixeira (Supapo Criativo) – com luminárias e móveis fabricados com resíduos orgânicos; Isabel Muxfeldt, Monique Klein e Luciene Lopes (Ecobags) – com bolsas e sacolas confeccionadas a partir de lonas e estopas descartadas de sacos de laranjas e batatas; Gilberto Sanches Egídio (Revidros) – objetos fabricados com reuso de cimento e vidros descartados; Pablo de Oliveira – com seus robôs e brinquedos de grande porte fabricados com restos de sucata; Professor Fernando Moraes – com seus brinquedos didáticos fabricados com reuso de materiais sólidos descartados; Marlene Barbosa Mendonça – com artigos e acessórios fabricados com o couro de peixe tratado pelas mulheres ribeirinhas da cidade de Coxim; Cláudia Castelão (Flor de Xaraés) – com flores fabricadas com restos de madeira laminada; Lucy Hetier – com peças feitas com descarte das rebarbas das formas de silicone; Darlene Casagrande e Ana Lúcia – com telas e objetos para produzidos com cacos de xícaras, copos e pratos, e Jane Arguelo, presidente da Associação dos Artesãos – expondo diversos produtos reciclados.
A Lei 12.305/2010
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n. 12.305/2010) estabelece a reutilização e a reciclagem de resíduos como um dos seus objetivos fundamentais, favorecendo a promoção da economia circular e, consequentemente, evitando que materiais com valor econômico sejam simplesmente enterrados em aterros sanitários. A economia circular propõe a reintegração de materiais recicláveis na cadeia produtiva, reduzindo a necessidade de extração de matérias-primas. Nesse sentido, o trabalho dos expositores no Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, demonstra de forma prática como isso pode ser realizado, por meio da transformação de materiais que seriam descartados.