A presença do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira, em Campo Grande, para fazer o embarque do primeiro lote de carne bovina para a China, também serviu para que duas pré-candidatas à prefeitura municipal na eleição do dia 6 de outubro tentassem “colar” na popularidade do petista. A ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil)
e a deputada federal Camila Jara (PT) não perderam a oportunidade de participar do evento realizado na Unidade 2 da JBS, localizada na saída para Sidrolândia, na rodovia federal BR-060, bem diferente da postura dos demais pré-candidatos a prefeito da Capital, uns por serem de partidos da extrema direita, outros para não perderem os votos dos bolsonaristas.
No entanto, os comportamentos das duas foram distintos durante o evento, pois, enquanto Rose Modesto foi solícita com a imprensa e parou para falar com os jornalistas, Camila Jara não fez a menor questão de conceder entrevista. Pelo contrário, Camila Jara passou perto do espaço reservado para os jornalistas credenciados e, mesmo com a insistência para que parasse para falar com a imprensa, não ouviu os apelos dos profissionais, seguindo para o palco.
No palco montado para a cerimônia, enquanto Camila Jara ficou na segunda fileira de cadeiras, Rose Modesto não foi convidada pelo cerimonial para compor o painel com as autoridades.
Entretanto, apesar de ter sido um evento rápido, já que Lula tinha outra agenda no período da tarde de sexta-feira, em São Paulo, nenhuma das duas pré-candidatas soube contabilizar o fato de estarem no mesmo evento com o midiático presidente para pedirem votos para suas respectivas campanhas.
Rose
Ao falar com a imprensa, Rose Modesto, que, por enquanto, ainda é a titular da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), disse que, se depender das pesquisas, tem grandes chances de ser a primeira mulher a ser eleita prefeita de Campo Grande. “Vou deixar a Sudeco no fim deste mês. Talvez este seja o meu último evento oficial com o governo à frente da Sudeco”, falou.
Ela acrescentou que ter o presidente Lula em Mato Grosso do Sul é muito importante, ainda mais no momento em que Campo Grande vive de não ter capacidade de investimento. “A gente [se ganharmos a eleição] vai precisar do governo federal, respeitando a candidatura do PT, claro”, afirmou.
A Capital já teve duas prefeitas. Além da atual prefeita, Adriane Lopes (PP), teve Nelly Bacha (MDB), que também ocupou o cargo nos anos 1980. Porém, nenhuma delas foi eleita pelo voto direto.
Adriane Lopes era vice na chapa de Marquinhos Trad (PSD), que renunciou em 2022 para se candidatar a governador, pleito em que saiu derrotado.
Quanto à Nelly Bacha, ela foi eleita vereadora e, depois, virou presidente da Casa de Leis, em 1983, sendo a segunda mulher a ocupar tal posto.
Com a exoneração do prefeito Heráclito de Figueiredo, ela foi nomeada pelo governador Wilson Barbosa Martins (MDB) como prefeita, entretanto, retornou, após quase três meses, à Câmara Municipal com
a nomeação de Lúdio Coelho como novo prefeito de Campo Grande.