Prevista para ser concluída até o final de 2025 e operar em sua totalidade, o Corredor Bioceânico já está redefinindo as perspectivas de negócios, especialmente em relação ao comércio internacional e à implementação de tecnologias inteligentes que visam otimizar iniciativas, gerando mais economia e renda para a população.
Nesta edição da 84ª Expogrande, comitivas do Chile, Paraguai e Argentina visitaram por vários dias o estande da Prefeitura, onde conheceram mais sobre o mercado agropecuário e vislumbraram negociações nos setores de exportação e importação. Uma cartilha com o passo a passo para quem quer começar a vender para fora do país ou comprar produtos internacionais foi elaborada pela Prefeitura de Campo Grande, com apoio da equipe do Comércio Exterior da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio.
O gerente de Fomento ao Comércio Exterior da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Paulo César Fialho, explicou que o estande da PrefCG movimenta a pauta internacional na 84ª Expogrande.“Trouxemos três comitivas estrangeiras e realizamos diversas palestras, reuniões para geração de negócios além do networking entre empresários. Considerando a pujança do agronegócio, a logística e o comércio exterior como temas vitais para o futuro de Campo Grande, que se prepara para ser o maior hub no contexto do Corredor Bioceânico. Dessa forma, além da integração econômica e cultural, é necessária a articulação dos entes, públicos, privados e universidades, com especial atenção às ferramentas tecnológicas e de sustentabilidade”, concluiu.
Para a empresária Daiane Rodrigues, que palestrou na última noite com o tema “Desbravando o Mercado Internacional como exportador de sucesso”, antes de começar a comercializar com outros países é preciso saber bem onde se está pisando.
“Hoje trabalhamos com a missão de colaborar com o sonho de muitos empresários de importar e exportar de forma segura e rentável. Você tem que saber onde você está pisando, até porque lá fora o investimento é em dólar, então seu risco é muito maior. Temos muito potencial aqui, temos como qualificar a mão de obra e não precisamos que todos venham de fora, temos a capacidade assumir os postos que serão criados neste novo mercado que se abre”, disse.
A também empresária Rafaela Capelari, que falou sobre “Conexão de Logística”, concordou. Integrante da Federação de Mulheres no Desenvolvimento Internacional (FEMEDI), ela é proprietária de duas empresas, uma em Três Lagoas e outra em Campo Grande, que atua diretamente na logística de transporte e distribuição.“É preciso focar no desenvolvimento internacional, no qual teremos todos os eixos nessa federação. Vamos conectar pessoas e fazer com que a federação traga o desenvolvimento tanto para nós no Brasil, quanto fora. Nosso objetivo é promover um negócio sustentável com logística de acesso, proporcionar conexões seguras, planejar e executar a logística internacional e incentivo no processo de integração”, explicou.
É preciso entender que a Rota Bioceânica não é apenas uma estrada; é uma rede de infraestrutura que conecta Campo Grande ao Porto de Santos, no Brasil, passando pelo Paraguai até alcançar os portos do Chile e, posteriormente, outros países da costa do Pacífico. Esta rota já começou a revolucionar o comércio internacional e vai reduzir drasticamente os custos e o tempo de transporte entre o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico, permitindo que produtos brasileiros alcancem mercados asiáticos com maior eficiência e competitividade.
À medida que Campo Grande se adapta para se tornar um hub logístico global, também precisa investir em tecnologias inteligentes para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e otimizar seus recursos urbanos. O uso de sistemas avançados de transporte, energia renovável, gestão de resíduos e governança digital está no centro dessa transformação. Desta forma, a integração da Rota Bioceânica com o conceito de cidades inteligentes é primordial.
Para o especialista em IA e Tecnologia de Cidades Inteligentes, Peter Cheung, que falou sobre “A importância da Inteligência Artificial e Análise de Dados para Gestores Municipais”, o primeiro desafio do setor público é a integração de dados, já que hoje, na maioria dos municípios brasileiros, os dados são setorizados. “Integrar todas essas informações de forma padronizada para que se possa trabalhar com esse dado. Esse é o primeiro caminho que precisa ser feito (…) Nós estamos falando de aquisição, armazenamento e gestão de dados e tomada de decisão. É na tomada de decisão que nos colocamos a inteligência artificial, que não é nada novo, é algo que já foi desenvolvido anos atrás, mas que não estava presente na nossa vida porque os recursos computacionais não eram tão acessíveis. Tomar uma decisão com base na previsão de dados é muito mais assertivo, porque é possível desenvolver um modelo matemático que me dá previsibilidade”, explicou.
A Procuradoria-Geral do Município de Campo Grande (PGMCG) também falou sobre “Programas de Incentivo Fiscal e Recuperação de Crédito, e o papel de Campo Grande como estratégia para a Rota Bioceânica”. Conforme a PGM, as políticas públicas também são muito importantes neste contexto.“O programa de incentivo, de desenvolvimento econômico e operação de crédito tem aspectos jurídicos muito importantes, que interessam à sociedade, uma vez que, por meio deles, são garantidas políticas públicas que chegam ao cidadão, bem como o desenvolvimento da cidade e seus diversos setores empresariais, inclusive no agronegócio. Isso, somado à posição estratégica que Campo Grande ocupa na Rota Bioceânica, certamente, este programa e outros que advirem serão fundamentais para o desenvolvimento da cidade, do Estado e até para a viabilização da própria rota, que terá um papel importantíssimo para os países que dela participam”, concluíram.
#pratodosverem A matéria possui três imagens. A foto de capa mostra o público no estande observando uma das palestras. A segunda foto mostra a empresária Daiane Rodrigues em pé palestrando com o telão ao fundo. E a terceira foto mostra a palestrante Rafaela Capelari em seu momento de conferência, com o público observando.