Entre os mais bem conceituados do país, os programas de residência médica e multiprofissional de Saúde da Família, Saúde Mental e Psiquiatria, resultado da parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem contribuído na melhoria da qualidade da assistência prestada à população e consolidando cada vez mais a capital Sul-mato-grossense como referência na formação de especialistas na áreas da saúde.
Na noite desta segunda-feira (12), cerimônia realizada no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, reuniu os mais de 70 profissionais de saúde de diferentes áreas, que concluíram o período de formação, juntamente com os seus amigos e familiares, para entrega do certificado. Profissionais de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Bahia, Goiás, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais, Maranhão, Roraima, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Venezuela.
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, parabenizou os formandos e destacou a importância da formação dos residentes na área da saúde.
“Me sinto honrada em poder participar desse momento tão especial para todos. A vocês que se dedicaram arduamente neste dois últimos dois anos para se capacitar e dar a sua contribuição para a saúde da nossa cidade, o meu mais sincero agradecimento. Vocês são essenciais para garantir que tenhamos um sistema de saúde robusto e eficiente para atender às necessidades de nossa população”, disse.
A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, lembrou que a formação dos residentes é como o alicerce de uma casa.
“É a base sobre a qual construímos um serviço de saúde sólido e confiável. Eles aprendem não apenas os conhecimentos técnicos, mas também a importância de cuidar das pessoas em sua totalidade, olhando para além dos sintomas e considerando o contexto social e emocional de cada paciente”, complementa.
A secretária enfatiza que com residentes bem formados, podemos esperar uma melhoria significativa na qualidade do atendimento de saúde em nossa cidade.
“Eles estarão mais preparados para lidar com uma variedade de situações e serão capazes de oferecer cuidados preventivos que podem ajudar a evitar problemas de saúde mais sérios no futuro”, disse.
Marbelis Monroy, residente em psicologia da cidade de Caracas, na Venezuela, falou sobre a experiência que teve durante a formação e os dois anos que esteve integrada à equipe da USF Coophavilla II.
“A residência foi significativa e enriquecedora, e me proporcionou amplo conhecimento sobre a política do SUS e o funcionamento da Atenção Primária. O aspecto mais gratificante foi o trabalho em equipe e o vínculo estabelecido, fundamentais para o cuidado integral do paciente”, disse.
A assistente social Bel Silva destaca a experiência de atuar na Atenção Primária, enquanto residente na USF Tiradentes.
“ A residência representou um divisor de águas, sendo a minha iniciação real no serviço. O diferencial desse período foi a oportunidade de aprender na prática, compartilhando as atribuições e vivências do meu campo de formação de maneira aplicada. O contato direto com os pacientes, a participação em grupos de atendimento, como os de hipertensão (hiperdia) e tabagismo, proporcionaram uma experiência única”, destacou.
Ela lembra que até 80% dos problemas de saúde da população poderiam ser resolvidos na Atenção Primária, o que evidencia a grande responsabilidade em oferecer um atendimento de qualidade e resolutivo.
“A residência foi extremamente valiosa, não apenas para minha formação profissional, mas também contribuiu significativamente para o meu crescimento pessoal. Por isso, sou imensamente grata por essa oportunidade e incentivo a todos que busquem esse caminho de desenvolvimento”, conclui.
Nos programas de residência, formaram 31 em Medicina da Família e Comunidade, 34 na Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade, cinco na Multiprofissional em Saúde Mental e dois em Psiquiatria.
Durante os dois anos de curso, todos estes profissionais são absorvidos pela rede pública de saúde da Capital, reforçando o atendimento à população enquanto colocam em prática os conhecimentos adquiridos durante a formação.
Avanços
Atualmente, Campo Grande é considerada a capital do Centro-Oeste com melhor índice de indicadores da Atenção Primária. Nos últimos seis anos, Campo Grande dobrou a cobertura de Atenção Primária, saindo de 33,27% para 88,48%, conforme dados extraídos do sistema E-Gestor e disponíveis na plataforma oficial do Ministério da Saúde.
Esse avanço é resultado da implantação de novas equipes de saúde da família por meio da criação dos programas de residência multiprofissional em saúde da família e residência de medicina família e comunidade, considerados um dos maiores do país e o maior do Centro-Oeste. Neste período, houve um aumento de mais de 100% no número de Equipes de Saúde da Família (ESFs) no município, saindo de 96 em 2017 para as atuais 212 equipes.
A estruturação da Rede Municipal de Saúde também foi fundamental neste processo. Desde 2017, 11 novas unidades de saúde da família foram inauguradas, beneficiando mais de 100 mil pessoas com atendimento de qualidade nos bairros: Sírio Libanês, Vila Cox, Oliveira, Azaléia, Dom Antônio Barbosa, Zé Pereira, Cristo Redentor, Arnaldo Estevão Figueiredo, Aero Rancho Granja, Santa Emília e Jardim Presidente, sendo essas duas últimas entregues em 2022, além de três Clínicas da Família nos bairros Nova Lima, Portal Caiobá e Iracy Coelho.