A criança estava internada em estado gravíssimo na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) desde 23 de janeiro. A mãe de 19 anos e o padrasto foram presos após a polícia analisar os depoimentos e câmeras de segurança e descobriram que ambos estavam mentindo sobre as agressões.
Segundo os exames clínicos, foram constatadas lesões no pulmão, acúmulo de líquido e hematoma no abdômen, além de escoriações nos membros inferiores.
Em depoimento, a mãe relatou que a criança caiu em um pequeno degrau enquanto brincava com a irmã de 4 anos. No hospital, a polícia ouviu os médicos e foram relatados que as lesões eram incompatíveis com o que foi relatado.
Ainda de acordo com a polícia, em depoimento a mulher apresentou um hematoma no olho direito. Ao ser questionada sobre a lesão, ela relatou que se envolveu em uma briga de rua com uma ex-amiga da escola. Nos dias seguintes das investigações, foi aberto um protocolo de morte cerebral, com resultado inconclusivo. De acordo com os exames médicos, a criança até tentava reagir, mas o protocolo foi encerrado na tarde de hoje (12), às 14h, após constatar a morte de Jhemerson.Mãe e padrasto presos
Durante as investigações, a Polícia Civil teve acesso a laudos em que a mãe visitou o filho por dois dias no hospital. Já o padrasto foi encontrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), andando sentindo ao município de Terenos, pela BR-262, no último dia 30 de janeiro.
Questionado pelos agentes federais, o homem apresentou nervosismo e relatou que não possuía documentos, além de tentar ludibriar com dados falsos.O homem foi encaminhado a delegacia de Polícia Civil de Terenos e depois para Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente de Campo Grande (DPCA), onde foi ouvido e depois liberado. Dois dias após, ambos foram presos por decisão judicial.
Segundo informações da delegada Nelly Macedo, a família vivia em situação de rua, dormindo em imóveis abandonados. Em depoimento, a mãe alegou diversas versões, entrando em contradições.No dia em que a criança foi internada, a mãe alegou ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que a criança havia caído na rua. Logo depois, ela mudou de versão e disse que a criança sofreu uma queda de uma escada. Já a terceira versão da mãe é que Jhemerson teria caído de um muro.
Conforme o trabalho da perícia, foi constatado que as quedas não seriam possíveis por causa dos ferimentos tna criança. “Foi possível constatar que não havia na residência um local em que pudesse ocorrer acidente que provocasse as lesões sofridas pela vítima”, relata um dos trechos sobre a nota da Polícia Civil.
O padrasto relatou à polícia, que não estava com a família, mas com a mãe dele procurando emprego. Ele mudou de versão algumas vezes, uma delas alegou que ajudou a esposa quando viu chegando com as crianças.
“Localizamos imagens de câmeras de segurança que mostram o exato momento em que o padrasto e a mãe saem com o menino nos braços, em direção ao local onde o Samu fez o primeiro atendimento. Quanto ao padrasto e a mãe estavam com a criança no momento do acidente”. Quanto a mãe e o padrasto estão à disposição da Justiça.