Apesar de apostar no peso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e na máquina federal para reverter o fiasco das eleições municipais de 2020, quando não conseguiu fazer nenhum prefeito nas principais cidades de Mato Grosso do Sul, o PT deve voltar a enfrentar um cenário desafiador no Estado no pleito deste ano.
Mesmo com pré-candidaturas já definidas para disputar as prefeituras de Campo Grande e Três Lagoas e ainda estudando nomes para Dourados, Corumbá e Ponta Porã, o partido não conta com postulantes competitivos nessas cidades, onde nenhum deles lidera as pesquisas eleitorais de intenções de votos ou é favorito no momento, o que reforça a dificuldade que a sigla terá para formar novas lideranças.
Em Campo Grande, por exemplo, o PT conta com a deputada federal Camila Jara, que, pelo menos por enquanto, não pontua na frente em nenhuma das pesquisas eleitorais já divulgadas publicamente.
Em Três Lagoas, onde o PT tem a ex-candidata a deputada federal Grazi Soares, que é policial penal e professora de formação, a exemplo da Capital, a pré-candidata petista também não está entre os favoritos.
Na cidade de Dourados, o partido conta com o superintendente do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul, Tiago Botelho, e o vereador Elias Ishy de Mattos para serem os pré-candidatos da legenda na briga pela prefeitura municipal, mas nenhum também figura entre os preferidos dos eleitores.
Já em Corumbá, o PT ainda não definiu se lançará uma candidatura própria ou dentro da federação partidária, e o mesmo acontece em Ponta Porã, onde o partido ainda não definiu quem será o pré-candidato e, portanto, o partido não aparece nas pesquisas realizadas nos dois municípios.
Na prática, apesar de o PT buscar uma hegemonia no campo da esquerda, o cenário atual direciona a legenda a apoiar outros partidos, em razão da falta de pré-candidatos petistas competitivos, para, desta forma, não perder espaço para a direita nas prefeituras.
O resultado é que, se nada for feito para mudar essa perspectiva, o partido vai continuar com dificuldades para que surjam novos líderes.
Em conversa com o Correio do Estado, o presidente do PT em Mato Grosso do Sul, Vladimir da Silva Ferreira, disse que o partido vai trabalhar na perspectiva de, ao longo deste primeiro semestre, consolidar as candidaturas da legenda.
“No caso da Capital, eu acredito muito no potencial da pré-candidatura da Camila Jara, pois ela tem todas as condições para chegar bem na eleição e disputar a ida para o segundo turno, representando o nosso projeto”, declarou.
Ele completou ainda que o PT vai trabalhar por etapas, pois tem até o dia 5 de abril para montar boas chapas de vereadoras e vereadores e dialogar com as outras forças, com a perspectiva de construir alianças.
“O povo ainda não despertou para as eleições municipais, e acredito que isso só vai acontecer bem mais para a frente. Então, a estratégia é trabalhar bastante, dialogar com a comunidade e elaborar boas propostas”, argumentou.
No caso de Dourados, Vladimir Ferreira adiantou que até março o partido definirá quem será o pré-candidato.
“Como temos o professor Tiago Botelho e o vereador Elias Ishy, nós vamos, nas próximas semanas, tentar construir uma unidade”, adiantou, completando que em Três Lagoas a pré-candidatura é de Grazi Soares.
Sobre Corumbá, ele assegurou que a legenda está dialogando dentro da federação, enquanto em Ponta Porã a pré-candidatura só será definida após a abertura da janela partidária, pois aguardam a filiação do vereador Edinho Quintana, que deixará o PHS.
“Nós já estamos no processo de fazer com que o PT esteja presente em todos os municípios de Mato Grosso do Sul, disputando vagas nas câmaras municipais e, em outras tantas cidades, brigando pelas prefeituras. Para isso, queremos montar chapas representativas e diversas que expressem a pluralidade da sociedade brasileira”, finalizou o presidente do PT.