Com a posse de Viviane Luiza da Silva como titular da recém-criada Secretaria de Estado de Cidadania (SEC) na quarta-feira, o deputado federal Vander Loubet (PT) se fortaleceu ainda mais para concorrer ao Senado nas eleições gerais de 2026, quando duas vagas serão colocadas em disputa por Mato Grosso do Sul.
A indicação do nome de Viviane da Silva para ocupar o comando da SEC foi do próprio parlamentar para o governador Eduardo Riedel (PSDB) e faz parte da cota particular de Loubet, que desde a reeleição para a Câmara dos Deputados em 2022 comunicou que tentaria uma vaga para o Senado no pleito de 2026.
Nesse sentido, ele iniciou a construção do seu novo projeto de poder, primeiramente, ao assumir a coordenação da bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso e, depois, ao ajudar a ex-deputada federal Rose Modesto, presidente estadual do União Brasil, a ocupar a chefia da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).
Ainda nessa linha, Loubet indicou várias pessoas de sua confiança para ocupar cargos na gestão do governador Riedel, na administração da atual prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) – a quem tem ajudado com a destinação de emendas parlamentares desde 2022, quando ela assumiu a cadeira no lugar do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) –, e na articulação com ministros do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na liberação de recursos para a Capital.
DOBRADINHA
Além disso, Loubet tratou de se aproximar ainda mais do ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB e também possível candidato do partido para o Senado em 2026, para alinhar uma possível dobradinha com o tucano na disputa pelas duas vagas de senador por MS.
Agora, com uma indicação sua para o comando da primeira Secretaria de Estado de Cidadania em MS e no País, Loubet deu um passo gigantesco nessa pavimentação voltada a sua candidatura ao Senado pelo PT, pois terá uma pessoa de sua inteira confiança gerindo uma Pasta que será a responsável pela coordenação das oito subsecretarias estaduais de políticas públicas (para Mulheres, para a Promoção da Igualdade Racial, para Povos Originários, para Juventude, LGBTQIA+, para Pessoas com Deficiência, para Pessoas Idosas
e para Assuntos Comunitários).
Na prática, essas subsecretarias têm uma grande abrangência com uma imensa fatia da sociedade sul-mato-grossense que não estaria no escopo do deputado federal, o qual – desde os tempos em que foi secretário de Estado na gestão do ex-governador Zeca do PT, seu tio – concentrou sua atuação como parlamentar na ajuda aos pequenos produtores rurais inclusos na agricultura familiar e aos trabalhadores rurais sem-terra.
RESISTÊNCIA
Entretanto, a construção da candidatura de Vander Loubet ao Senado não é um mar de rosas dentro do PT de MS, pois ele tem enfrentado resistência da militância petista, principalmente por conta de sua aproximação com o ninho tucano, com a prefeita Adriane Lopes e também com Rose Modesto.
Para uma ala petista, como o partido terá candidatura própria à prefeitura da Capital nas eleições municipais deste ano – o nome da deputada federal Camila Jara (PT) já foi definido pela legenda como postulante ao cargo no pleito –, seria um contrassenso Loubet andar lado a lado com os prováveis adversário do PT em Campo Grande (leia-se Beto Pereira, do PSDB, Adriane Lopes e Rose Modesto).
No entanto, conforme apurado pelo Correio do Estado, Loubet já estaria a atuar firmemente para aparar as arestas dentro do próprio partido, no sentido de que nada atrapalhe a possibilidade real de a sigla conseguir eleger um senador por MS, já que o último foi o ex-senador Delcídio do Amaral, que atualmente é o presidente estadual do Partido Renovação Democrática (PRD), nova legenda proveniente da fusão entre PTB e Patriota.