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segunda-feira, novembro 25, 2024
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Projeto para conter caos na segurança do RJ pode passar pelas fronteiras de MS

Após episódios caóticos na segurança pública do Rio de Janeiro (RJ) ocorridos nesta semana, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que deve encaminhar um pacote de medidas para reforçar a segurança no estado, porém, além disso, o governo federal também prepara outro projeto, que compreende as fronteiras do Brasil com outros países.

No caso de Mato Grosso do Sul, o Estado faz fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, por onde entra parte das drogas e armas ilegais que circulam no País.

De acordo com o ministro, a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai na direção do reforço da presença federal no Rio de Janeiro, mantendo o trabalho de cooperação entre forças federais e estaduais de acordo com as competências de cada uma.

Dino afirmou que há um estudo em fase conclusiva que será apresentado ao presidente na próxima semana visando ao fortalecimento de três áreas de competência federal: os portos, os aeroportos e as fronteiras terrestres brasileiras.

“Isso não envolve a divisa do Rio de Janeiro com outros estados, que já estão exatamente sendo objeto de atuação da Força Nacional com a Polícia Rodoviária Federal. Refiro-me às fronteiras brasileiras, porque isso é relevante para o tráfico de drogas e armas que atinge fortemente o Sudeste”, explicou o ministro.

Com a possibilidade de Mato Grosso do Sul entrar na lista desse novo projeto para fortalecimento da segurança público no País, o titular da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira, afirmou que o Estado está pronto para receber toda e qualquer ajuda do governo federal para conter os ilícitos que entram em Mato Grosso do Sul por meio das fronteiras.

“Assim que o governo federal abrir credenciamento para esse projeto, nós estamos prontos para aderir. Mato Grosso do Sul está em uma posição estratégica para essas quadrilhas que atuam tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro. Por aqui entram grandes volumes de cocaína, que é o que financia esses grupos criminosos, e isso precisa ser combatido”, declarou Videira ao Correio do Estado.

Para o secretário, as fronteiras de Mato Grosso do Sul são porta de entrada principalmente para a droga e, em alguns casos, para as armas.

“Há levantamentos que mostram que as quadrilhas da Região Sudeste preferem usar os portos para trazer as armas, por ser mais fácil e mais próximo, do que correr o risco de essas armas passarem por mais de mil quilômetros e vários pontos de fiscalização para chegar até eles”, avaliou.

Mesmo assim, ainda há entrada desses armamentos ilegais em Mato Grosso do Sul, muitas vezes para atender grupos daqui do próprio estado.

Sobre as drogas, matéria publicada no dia 21 deste mês no Correio do Estado mostrou que apenas nos últimos dois anos as forças policiais de Mato Grosso do Sul apreenderam em Campo Grande uma quantidade maior de cocaína do que a soma das apreensões dos 9 anos anteriores.

Enquanto entre 2022 e o dia 20 de outubro deste ano foram apreendidas 8,7 toneladas de cocaína na Capital, de 2013 a 2021 o volume não chega a 7 toneladas.

Essa diferença mostra que as quadrilhas de tráfico de drogas têm usado Campo Grande como uma central de distribuição para o restante do Estado e para outras unidades da Federação.

Além da cocaína, produto que visa principalmente mercados internacionais, a apreensão de maconha também é recorrente na Capital.

Exemplo disso foi a descoberta de 16 toneladas de maconha em um caminhão que saiu de Campo Grande escoltado e foi negociado por policiais civis do Rio de Janeiro. A carga estava disfarçada de 16 mil quilos de frango congelado e foi interceptada pela Polícia Federal na capital fluminense.

O motorista saiu de Campo Grande no dia 6 de agosto rumo ao destino na região metropolitana do Rio.

Rio

Depois de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que terminou com um líder miliciano morto na segunda-feira, comparsas promoveram um dia de caos em pelo menos sete bairros da zona oeste da capital carioca. Foram queimados 35 ônibus e até mesmo a cabine de um trem foi incendiada.

O governador do estado, Cláudio Castro, pediu ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, reforço para a segurança na Baía de Guanabara, em portos, aeroportos e em estradas federais para combater a entrada de armas e drogas no estado.

Além disso, o presidente Lula deve anunciar na próxima semana um pacote de medidas para reforçar a segurança no estado do Rio de Janeiro. Segundo o ministro Flávio Dino, além do aumento da presença policial e das forças armadas, as medidas devem envolver estratégias para o incremento da tecnologia.

“A questão central para vencer as milícias e organizações criminosas de modo geral envolve inteligência, tecnologia e descapitalização. Esses são os eixos que o mundo inteiro reconhece como virtuosos no rompimento desse domínio territorial de organizações criminosas”, disse Dino nesta quarta-feira, após reunião no Palácio do Planalto.

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