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domingo, novembro 24, 2024
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PF faz nova investida contra quadrilha que transporta cocaína em helicópteros

Na segunda operação da semana contra o narcotráfico em Ponta Porã, a Polícia Federal cumpriu no começo da manhã desta quinta-feira (3) seis mandados de prisão e 11 de busca e apreensão na região de fronteira com o Paraguai. Além disso, sequestrou um hangar usado para fazer a manutenção e abastecimento de helicópteros usados para o transporte de cocaína.

A nota divulgada pela Polícia Federal não informa se o hangar está ligado à família do megatraficante de drogas Antônio Joaquim da Mota, conhecido como Motinha ou Don, mas em operações em maio e em junho a PF informou que o bando era especializado em transportar cocaína em helicópteros.

Motinha, inclusive, já escapou duas vezes de operações da PF, em 11 de maio e 30 de junho, utilizando helicópteros. Em ambas ele estava em fazendas na região de fronteira de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero e escapou às vésperas das operações, indicando que foi informado de que corria risco de ser preso.

Na operação de 11 de maio, que também teve mandados em Campo Grande, São Gabriel do Oeste, Dourados e Ponta Porã, o alvo dos policiais eram justamente os helicópteros que a quadrilha usa para o transporte de cocaína.

Naquela operação, a Justiça autorizou o sequestro de três helicópteros, um veículo blindado, dois carros de luxo e um imóvel, avaliados em mais de R$ 30 milhões.

Além disso, em dois anos de investigação da PF contra a organização criminosa, foram apreendidos nove helicópteros, além de 2.750 kg de cocaína e um caminhão que eram utilizados para o transporte da droga proveniente do Paraguai, informou em maio a assessoria da PF.

Ou seja, desde 2021 a polícia já apreendeu 12 helicópteros que a mesma quadrilha utilizava para o transporte de cocaína.

E, em imagens divulgadas nesta quinta-feira (3), aparecem outros dois helicópteros e um avião que estavam no hangar sequestrado na operação que ocorreu no começo da manhã.

Metralhadora apreendida na operação desta quinta-feira
Os 11 mandados de busca e seis mandados de prisão de hoje foram cumpridos em Ponta Porã e várias cidades de São Paulo e Santa Catarina, conforme nota da PF. A assessoria da instituição não informou, contudo, em qual cidade ocorreu o confisco do hangar no qual estavam as três aeronaves.

Além disso, hoje foram sequestrados outros bens móveis e imóveis, contas bancárias foram bloqueadas e 17 veículos acabaram sendo apreendidos. A PF também divulgou imagens da apreensão várias armas nesta manhã, entre elas uma metralhadora.

“O Poderoso Chefão”
Antônio Joaquim da Mota, ou Motinha, é de tradicional família do agronegócio da região de Ponta Porã. Além da produção de grãos e atuação na pecuária, a família Mota é proprietária de um frigorífico de abate de bovinos e de uma das mais tradicionais casas de carne da região de fronteira.

No dia 30 de junho, a Justiça Federal expediu 11 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra nove brasileiros, um italiano, um romeno e um grego, na operação simultânea nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

A operação foi chamada de Magnus Dominus (Todo Poderoso, em latim), referência ao líder do grupo criminoso que se autointitula “Dom”, uma referência a Dom Corleone, do filme “O Poderoso Chefão”, que seria Motinha.

Só que o o homem apontado como chege do bando, Motinha, conseguiu escapar e a suspeita das autoridades brasileiras é de vazamento de informações do lado paraguaio da operação.

Antônio Joaquim da Mota é o atual líder do chamado “clã Mota”, organização criminosa que já atuou no contrabando de cigarros, aparelhos eletrônicos e agora se especializou no tráfico internacional de drogas.

Motinha teria negócios com grandes traficantes que atuavam na região e que estão presos, como Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro.

Durante as investigações, a Polícia Federal constatou que a organização criminosa possui grande poder bélico, com coletes balísticos, drones, óculos de visão noturna, granadas, além de armamento de grosso calibre, a exemplo de fuzis 556, 762 e ponto 50, este capaz de perfurar blindagens e abater aeronaves.

Na operação do final de junho, foram realizadas duas prisões em Minas Gerais, uma em São Paulo, uma no Rio Grande do Sul, e duas em Mato Grosso do Sul, nas cidades de Ponta Porã e Dourados. Um dos presos é policial militar da ativa, capturado em Dourados, que fazia parte do Departamento de Operações de Fronteira (DOF)

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