Fiscalização realizada de abril a junho deste ano por auditores-fiscais do Trabalho encontraram 124 adolescentes em situação de trabalho infantil em Mato Grosso do Sul.
De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul, os adolescentes tinham de 14 a 17 anos de idade e trabalhavam nas áreas da construção civil, marcenarias, serralherias, oficinas mecânicas e venda a varejo de bebidas alcoólicas.
Esse tipo de trabalho expõe pessoas menores de 18 anos a riscos ocupacionais e repercussões à saúde. Nos trabalhos em serralherias, os adolescentes estavam sujeitos a acidentes com poeiras metálicas tóxicas como chumbo, arsênico e cádmio, além de estilhaços de metal e máquinas e equipamentos, podendo acarretar em cortes, queimaduras, amputações e intoxicações.
Somente no município de Aparecida do Taboado, 23 adolescentes foram retirados do trabalho infantil, todos encontrados no setor de produção em uma indústria de brinquedos. Conforme a Superintendência Regional do Trabalho, ambos trabalhavam expostos a ruídos excessivos, em posturas inadequadas, com movimentos repetitivos e carregamento de peso.
Em Campo Grande, outros quatro dos adolescentes foram identificados trabalhando em uma empresa de suinocultura. A auditora-fiscal do Trabalho Maristela Borges de Sousa Saravi, coordenadora Regional de Combate ao Trabalho Infantil, destacou que “os adolescentes trabalhavam em contato com resíduos e dejetos de animais na limpeza dos espaços, na higienização dos porcos recém-nascidos e no descarte dos animais mortos”.
Diante dos fatos, os auditores determinaram o afastamento imediato dos adolescentes da situação de trabalho infantil, garantiram a quitação dos seus direitos trabalhistas e impuseram penalidades administrativas aos exploradores do trabalho infantil.