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terça-feira, novembro 26, 2024
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Policial penal encontrava chefe do RH do Comando Vermelho em MS para receber propinas

No âmbito das investigações que culminaram com a “Operação Bloodworm”, deflagrada no dia 5 deste mês pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra a facção criminosa Comando Vermelho, um policial penal de Mato Grosso do Sul é apontado como “Contador CV” e teria ligação estreita com o filho da chefe do RH da organização em Mato Grosso do Sul, que tinha como fachada um cargo em empresa terceirizada da Assembleia Legislativa do Mato Grosso.

Na denúncia do Gaeco, o policial penal, que chegou a ser preso no dia da operação, tem estreita ligação com o filho da chefe do RH do Comando Vermelho, que está preso na Gameleira, sendo o 04 do ‘Conselho dos 13’. O agente negociaria com os presos a entrada de celulares para o uso dos detentos.

Segundo o site Midiamax, a chefe do RH do Comando Vermelho no Estado era a responsável por fazer a entrega dos celulares para o policial penal que entregaria para os detentos. Foi exposto no setor ‘Coletes’ da facção que o agente mantinha encontros com a chefe do RH para pegar os celulares que entraram na Gameleira.

“Portanto, infere-se que o policial penal, ao invés de exercer sua relevante função prevista constitucionalmente, colocou-se a serviço de presos de alta periculosidade, reclusos no estabelecimento prisional onde ele exerce seu labor e, utilizando de sua função pública, inseriu aparelhos de telefonia no presídio para uso das principais lideranças do Comando Vermelho, deturpando o cargo que ocupa para enriquecer ilicitamente através da percepção de vantagens indevidas”, revelou a denúncia.

O policial penal chegou a ser preso no dia da deflagração da operação, com munições estrangeiras, mas foi solto após pagar fiança de R$ 1.500. Ele foi preso por volta das 5h30 do dia 5 de maio quando os agentes chegaram à casa dele, na Vila Carvalho, em Campo Grande (MS). Durante as buscas na residência em cumprimento do mandado foram localizadas 11 munições estrangeiras .38.

A denúncia do Gaeco traz que a copeira seria responsável pelo setor de ‘Cartório de MS’, ou seja, ela recrutava os novos membros para a facção, controlando o gerenciamento dos integrantes, como também tinha influência no setor ‘Progresso’ que trata da parte financeira da facção com contribuições dos faccionados.

A copeira ainda participaria do setor ‘Disciplina’, onde eram aplicadas as punições aos transgressores. O Gaeco aponta a terceirizada da Assembleia Legislativa do Mato Grosso como atuante no setor ‘Gravatas’ ligado aos advogados da facção.

A mulher teria também atuado na cooptação de policiais penais para a introdução de produtos ilícitos na Gameleira II. A denúncia ainda revela que a copeira tem marido e filho presos em Mato Grosso do Sul. A denúncia do Gaeco ainda aponta que o filho da copeira está preso na Gameleira. Ele é apontado como o 04 do ‘Conselho do 13’ da facção criminosa. O marido da mulher também está encarcerado na penitenciária.

O marido da copeira é apontado como o 02, vice-presidente do ‘Conselho dos 13’ do Comando Vermelho, em Mato Grosso do Sul, que tem como líder faccionado vindo do Rio de Janeiro e preso na Gameleira. A operação foi deflagrada no dia 5 deste mês. Foi descoberto que agentes policiais penais e advogados estavam a serviço da facção criminosa.

Segundo informações, o MPMS (Ministério Público Estadual) investigou por cerca de 15 meses e foi possível descobrir investidas tímidas no Estado, para estruturar e expandir a facção em Mato Grosso do Sul.

Ao todo, foram cumpridos 92 mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão, em Campo Grande, Ponta Porã, Coxim, Dourados, Rio Brilhante, Sonora, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso e Dois Irmãos do Buriti, além do Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, Paulo de Faria, Várzea Grande, Cuiabá, Sinop, Cáceres, Marcelândia, Primavera do Leste, Vila Bela da Santíssima Trindade e Mirassol d’Oeste, no Mato Grosso.

O uso de celulares e as ações de “pombo-correio” feitas por advogados que integravam a facção – os gravatas – permitiam o contato entre os faccionados presos e seus comparsas em liberdade, a fim de traçar o planejamento de crimes como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas, que foram reiteradamente praticados e comprovados durante a investigação, cujo proveito serviu para o fortalecimento do Comando Vermelho no Estado.

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