A edição deste ano da 83ª Exposição Agropecuária e Industrial de Campo Grande (Expogrande) retornou às suas origens com o formato conhecido pelo público no Parque das Exposições Laucídio Coelho.
Neste ano, a feira passou por toda uma reestruturação, com o objetivo de resgatar a essência tradicional do evento, que tem como foco a proposta de um espaço de negócios para o setor agropecuário local.
No ano passado, a exposição teve uma participação pequena e restrita no Parque, separada dos shows musicais que foram realizados no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês. Esse formato foi inédito e contrário ao que era conhecido do próprio evento, ofuscou toda parte voltada ao agro, voltando todas as atenções apenas às atrações musicais.
Assim, na edição de 2023, foi feito todo um trabalho de reestruturação com objetivo de resgatar o formato histórico da feira. De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, esse objetivo de resgate das tradições contou com o engajamento de todos os envolvidos.
“A gente teve que fazer um trabalho de convencimento [com os expositores], dizendo que era necessário que todos acreditassem nesse resgate, para que realmente a gente pudesse fazer uma exposição grande na altura que Campo Grande merece e na altura que a Expogrande já foi”.
“Tivemos o engajamento de todos que estão aqui, acreditando nesse projeto, e acho que nós conseguimos fazer uma boa entrega. A feira ainda não terminou, mas eu tenho certeza que os resultados são positivos e que todos os expositores estão satisfeitos”, expressou.
TRADIÇÃO
Marcos Antônio Nascimento, de 60 anos, é funcionário da Móveis Zagueira, já frequenta a Expogrande há 30 anos e comenta sobre como a feira nos moldes tradicionais fez falta.
“A gente já participa da Expogrande desde a época do Laucídio Coelho, o fundador. A pandemia contribuiu para que essa edição [do ano passado] fosse um fracasso, mas também não houve um esforço para que a exposição fosse o sucesso que era antes.
Com esse retorno da exposição, com grandes shows, com dia de entrada franca, com certeza vai se tornar um sucesso novamente, estava com muita saudade”, opinou.
O proprietário da Agro Rural, Jorge Augusto, de 60 anos, também já acumula décadas de presença na Expogrande e comenta sobre a falta que um evento assim faz para quem vive de expor seus produtos.
“Nós vivemos de exposição, vivemos da pecuária, do agro, então quando não tem você fica carente, sem aquela boa rotina que todo ano você tem. Claro que com o momento que o País estava atravessando a gente não podia fazer muita coisa, mas agora sim, agora voltou como daquelas exposição mesmo de antigamente. E o pessoal está animado, você vê o pessoal feliz, então, é uma exposição que agora vai aprimorando ao longo dos anos”, ressaltou.
O retorno da Expogrande ainda é alegria de quem frequenta a feira desde criança e apenas para prestigiar, como é o caso do vendedor Claudinei Costa, de 45 anos, que trouxe os filhos de 4 e 3 anos para conhecer o parque.
“Moro aqui perto e frequento a Expogrande desde criança e aqui tem muitas lembranças boas. E eu lembro desde criança de ver os bois enormes, de passear, é muita nostalgia e que hoje meus filhos aqui estão experienciando pela primeira vez”, expressou.
NOVOS EXPOSITORES
A edição deste ano atraiu inclusive expositores novos, que no ano passado ainda não sentiam confiança em participar. Foi o caso da Larissa Brasil, de 30 anos, que é gerente comercial da empresa de energia solar Prosol.
“Ano passado não tivemos tanto interesse, pois como ainda estava tudo muito restrito, ficamos com um pouco de receio. Está sendo toda uma experiência nova para gente, um público novo que estamos tendo. Estamos bem confiantes, e a experiência está sendo bem positiva”, comentou.
Camily Domingues, de 20 anos, é auxiliar administrativa da Foco Sistema de Seguranças e já frequentava a Expogrande como visitante e agora pela primeira vez também participa à trabalho, com a empresa que também optou por participar apenas em 2023.
“A gente está tendo um retorno bem positivo, principalmente com nosso carro chefe. Quando eu vim aqui, a Expogrande era assim, desse jeito e essa edição está sendo um sucesso para gente aqui”, também expressou.
William Mangiolardo, de 36 anos, é consultor de vendas da IBL Máquinas, que aqui na Capital é distribuidora da Case Construction e também está participando pela primeira vez, com uma impressão positiva do evento.
“Fazia um bom tempo que a Case não participava de um evento desse tipo aqui em Campo Grande. Nossa proposta, inclusive, veio em parceria com o Sindicato Rural. Então houve o convite com a proposta ligada a essa questão de reestruturar e renovar, então, foi com esse caráter que nós viemos”.
“Não foi só por causa disso, mas sim, enxergando uma parceria, enxergando também o momento propício também do agronegócio. Mas sim, a questão da renovação da feira foi um critério muito pontual e foi uma questão que foi analisada de fato”, explicou.
PROGRAMAÇÃO
Quem passa pela feira pode conferir exposições de animais, como bois, cavalos e ovelhas, além de diversas barracas com equipamento agrícola ou outros maquinários para o setor. O evento também conta com uma parte de food trucks e diversas barracas de comida e bebida pela feira, além da parte de onde acontecem os shows musicais. A Prefeitura de Campo Grande e o Governo do Estado também colocaram stands que funcionaram como gabinetes itinerantes.
Ainda conforme o presidente, o faturamento esperado é de mais de R$ 150 milhões, com público de cerca de 100 mil pessoas.
“Até terça-feira tivemos aproximadamente 60 mil pessoas e a gente acha que devemos atingir essa quantidade de 100 mil até domingo, quando vamos ter o show do Almir Sater e Jads e Jadson com portões abertos”, acrescentou.