As autoridades em saúde pública confirmaram, ontem (5), que Campo Grande vive uma epidemia tripla de dengue, chikungunya e de doenças respiratórias que estão superlotando as unidades de saúde públicas e privadas do município.
Segundo o médico infectologista da Fiocruz e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Julio Croda, o alto número de casos desta epidemia se deu pela sazonalidade das arboviroses (dengue e chikungunya). Ele informou que o pico de arboviroses acontece até o fim de abril, enquanto o início do período sazonal dos vírus respiratórios, influenza e Covid-19, é agora.
O médico ressaltou também que o vírus sincicial respiratório é mais prevalente nas crianças menores de dois anos de idade e, que agora, a população está vivendo o que se chama de sindemia, que é quando ocorrem duas ou mais epidemias ao mesmo tempo, fazendo com que haja uma sobrecarga nos leitos destinados a crianças.
Mesmo assim, o infectologista destacou que um dos motivos que mais contribuíram para este aumento de casos de sintomas respiratórios, principalmente levando em conta que está sendo mais observado em crianças e idosos, está relacionado à baixa adesão às campanhas de vacinação.
Com a falta de leitos por uma tripla epidemia de dengue e chikungunya, e pelo vírus sincicial respiratório, a secretária-adjunta de Saúde na Capital, Rosana Leite afirmou que o melhor caminho a ser adotado agora é a prevenção, tanto das arboviroses, que é o combate ao mosquito da dengue, quanto a prevenção e cuidados básicos para evitar a proliferação do vírus.
Estado
Diante do quadro, o Governo do Estado publicou pacote de R$ 13 milhões para auxiliar os 79 municípios dentro do Programa Estadual de Enfrentamento às Arboviroses (dengue, chikungunya e zika), e a Sazonalidade de Vírus Respiratórios. O ato visa normatizar ações de promoção, prevenção e atenção à saúde e apoio financeiro de custeio aos municípios para o enfrentamento das arboviroses e vírus respiratórios.
O governador Eduardo Riedel afirmou que é uma ação que marca o início de todo um processo de apoio do Estado à ação primária da saúde. Ele reforçou que é uma responsabilidade dos municípios e do Estado lançar essas ações, começando a trabalhar o apoio à atenção primária.
Para a secretária estadual de Saúde em exercício, Crhistinne Maymone, o Programa de Enfrentamento das Arboviroses e SRAG é um pacote de várias resoluções. Eles englobam medidas e ações que foram organizadas pelo COE (Centro de Operações de Emergência) da Saúde e pelo Governo do Estado, visando a organização da Atenção Primária em Saúde tanto quanto a questão dos insumos, recursos humanos, destinação de salas de hidratação, em questões relacionadas ao manejo clínico dessas doenças, aumento de horário das unidades de saúde para funcionar além do horário normal de expediente e o fortalecimentos das UPAS 24h.
Além das medidas que foram postas no Diário Oficial desta quarta-feira (5), Maymone frisa que outras ações já estão sendo preparadas pelas equipes técnicas como o apoio do Telessaúde aos profissionais do setor, que vai contar com apoio da telemedicina, por meio do suporte de médicos pediatras e infectologistas, que vão ajudar todas as equipes de saúde dos municípios. Além disso, os protocolos de regulação estão sendo delineados e apoiados pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e a Fiocruz.