Para dar celeridade aos exames de corpo de delito das mulheres vítimas de violência, a Prefeitura de Campo Grande entregou nessa sexta-feira (31) a sala do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) da Casa da Mulher Brasileira de Mato Grosso do Sul. O novo espaço era muito aguardado no local, já que até então, as vítimas de crimes necessitavam se deslocar mais de 9 km em Campo Grande para conseguir o atendimento adequado.
“Muitas mulheres vão até a casa realizar denúncia contra os agressores, e como o Imol fica muito distante, muitas mulheres deixam de realizar o exame e de comprovar o que realmente aconteceu. Sua função é decisiva na coleta de provas que serão necessárias ao processo judicial e condenação do agressor”, explicou a Ministra da Mulher, Cida Gonçalves, presente na cerimônia de inauguração. A entrega do Imol é uma parceria da Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.
Os atendimentos às mulheres vítimas de violência começaram também nesta sexta-feira, às 19h. Em discurso, a ministra ainda ressaltou que Campo Grande é exemplo no combate à violência contra as mulheres e convidou para uma manifestação. “Convoco todas as pessoas para uma marcha do respeito à mulher em todo o País partindo de Mato Grosso do Sul. Não queremos mais ser caladas, nem mortas, nem invisibilizadas”, convocou a ministra.
A prefeita Adriane Lopes apontou que o Imol completa os serviços da Casa da Mulher Brasileira “Muitas mulheres desistem de dar continuidade nas tratativas quando eram enviadas ao Imol, que fica cerca de 9 km da instituição. Muitas vezes, no caminho alguém mesmo na carona as convenciam a desistir de denunciar seu agressor. Com o Instituto aqui dentro da Casa da Mulher, vamos reduzir esses desconfortos as vítimas”, relatou Adriane Lopes. “Além disso, pretendemos fazer mais campanhas de prevenção combatendo a violência contra a mulheres”, completou.
A Chefe do Executivo ainda lembrou que a Casa da Mulher Brasileira completou 8 anos no início deste mês e atendeu desde então 108.248 mulheres, (computadas as situações de retorno) que implicaram em 917.585 encaminhamentos. Sob o comando de mulheres, a delegacia especializada foi a primeira inaugurada no Brasil e se tornou referência pelo atendimento direcionado.
A subsecretária de políticas para mulheres (Semu), Carla Stefanini, afirmou que a sala irá facilitar o inquérito policial. “A sala vai além da facilidade do acesso ao exame, mas sim das condições para fortalecer a construção do inquérito policial e da consequente ação penal”, pontuou. Durante a cerimônia foi entregue um dossiê para a Ministra, com o perfil das mulheres vítimas de violência e onde elas moram. Segundo o diretor do Imol, Silvio Luiz, serão cinco médicos legistas e três agentes de polícia científica para auxiliar nos exames.
Adriane Lopes ainda afirmou à Ministra Cida Gonçalves que pode contar com todos os servidores da Casa e os campo-grandenses em sua Marcha Nacional contra a Misoginia e Feminicídio. “ Pode contar com todos nós em sua marcha, Ministra, estamos preparadas para estar à frente do seu Pelotão. Estamos prontas para esse combate”, finalizou.