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segunda-feira, novembro 25, 2024
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Perto do “pleno emprego”, MS destoa do cenário nacional

A geração de empregos em Mato Grosso do Sul vem demonstrando uma trajetória de crescimento nos últimos anos, diferentemente dos altos e baixos do cenário nacional. Conforme os últimos dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Estado apresentou um saldo de 4.669 vagas em janeiro de 2023.

Na relação com dezembro do ano passado, Mato Grosso do Sul teve uma taxa de variação de 0,78%. Enquanto isso, em âmbito nacional, a taxa de variação no mesmo período foi de apenas 0,2%.

Ainda conforme os dados do Caged, apesar do saldo positivo do início deste ano, os registros mostram um desempenho menor em comparação com janeiro do ano passado.

O saldo mensal de empregos formais no Brasil em janeiro de 2022 foi de 167.269, enquanto neste ano foi de 83.297. Em Mato Grosso do Sul, o saldo de 3.483 em 2022 já foi superado, assim como o saldo de 1.350 vagas em 2020, antes do início da pandemia de Covid-19.

A colheita da safra e a construção civil ajudaram a puxar a geração de empregos no Estado. Os setores que mais geraram empregos formais foram agropecuária, com 1.920 vagas; construção, com 1.703; e serviços, com 838.

O resultado na agropecuária foi movido pela colheita da safra de soja, atividade que costuma ampliar as contratações no início do ano.

Na construção civil, o impulsionamento vem do município de Ribas do Rio Pardo, com as obras da fábrica de celulose Suzano e o reflexo no mercado imobiliário no município.

Inclusive, a cidade apresentou o melhor resultado no Estado, com geração de 1.247 de empregos formais, ainda conforme os dados do Caged.

Taxa de desemprego
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim do ano passado, mostram que o Caged reforça a situação das taxas de desemprego no País em Mato Grosso do Sul.

Conforme os dados, a taxa de desocupação nacional no último trimestre de 2022 foi de 7,9%. Já em Mato Grosso do Sul, o desemprego ficou em 3,3%, o que deixou o Estado com o terceiro menor índice, perdendo apenas para Rondônia (3,1%) e Santa Catarina (3,2%).

Esse cenário, de acordo com o economista Eugênio Pavão, tem a ver com os investimentos que o Estado conseguiu atrair, principalmente no período pós-pandemia.

“Mato Grosso do Sul atraiu fortes investimentos públicos e privados nos últimos anos, o que fez com que o índice de ocupação ficasse bastante elevado e com que os setores que mais empregam [indústrias, micros, pequenas e médias empresas] aproveitassem a ‘maré’ pós-Covid-19, com retornos positivos nos setores urbano e rural”, explica.

CENÁRIOS
O fato de o saldo dos empregos com carteira assinada em Mato Grosso do Sul ter sido maior em janeiro deste ano do que em janeiro do ano passado também destoa do cenário nacional.

No Brasil, os economistas já enxergam uma leve desaceleração no mercado de trabalho, possivelmente relacionado aos juros altos.

Eugênio Pavão também reforça essa análise. “Com certeza, é a questão da manutenção das taxas de juros pelo Copom, pois é a principal ferramenta monetária para o controle da inflação. Com os movimentos financeiros ‘estranhos’ nos Estados Unidos, a volta da alta dos juros lá traz preocupação para o Brasil atrair investimentos e acelerar o crescimento econômico”, comentou.

No cenário nacional, mais repleto de altos e baixos, o Banco Central (BC) já havia alertado para esse enfraquecimento na ata de seu último encontro de política monetária.

“O mercado de trabalho, que surpreendeu positivamente ao longo de 2022, continua mostrando sinais de desaceleração, com queda nas admissões líquidas do Novo Caged e relativa estabilidade na taxa de desemprego, proveniente de recuos na população ocupada e na força de trabalho”, pontuou o BC na ocasião.

No caso de Mato Grosso do Sul, que vive uma situação mais estável, não há recuo da população ocupada, mas o IBGE diagnosticou, no início do mês, uma má distribuição de renda ao trabalhador local.

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