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sábado, outubro 5, 2024
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Candidaturas antecipadas de Vander e Zeca provocam racha dentro do PT

Os anúncios públicos do deputado federal Vander Loubet (PT-MS) e do deputado estadual José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, de que serão, respectivamente, os candidatos do partido ao Senado em 2026 e à Prefeitura de Campo Grande em 2024, não agradaram à ala mais militante da sigla em Mato Grosso do Sul.

Segundo apurou o Correio do Estado, esse segmento mais “raiz” do PT estadual estaria descontente com o fato de os dois principais caciques da legenda estarem mais preocupados com os projetos pessoais do que com o fortalecimento do partido no Estado.

Esses militantes reforçaram que, além do retorno do conservadorismo político causado pela onda anti-PT e bolsonarista, houve um processo intenso de desmantelamento do partido nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul e isso seria reflexo da “política do puxadinho” adotada pelos filiados com mandados na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) e na Câmara dos Deputados.

“Eles não investiram na organização partidária e optaram por retirar lideranças do PT para fortalecer alianças com forças conservadoras em troca de cargos em secretarias estaduais com o único objetivo de autopromoção, de olho nas reeleições ou eleições, sem investir em candidaturas próprias, novos filiados e disputa local de poder”, lamentou um dos interlocutores ouvidos pela reportagem.

Um exemplo disso, conforme esses militantes, seria o ex-deputado estadual Paulo Duarte, que hoje está no PSB, mas, quando estava no PT, foi prefeito de Corumbá e presidente estadual da sigla. “Na crise da ex-presidente da República Dilma Rousseff, ele saiu do PT sem pensar duas vezes”, disse.

No entendimento dessa ala, as eleições municipais que se aproximam teriam de ser utilizadas para o renascimento da sigla, pois, de acordo com o Radar Governamental Celuppi, no que tange à representatividade nacional dos partidos, o PT é uma das siglas que mais tiveram queda na representação nas câmaras municipais nas eleições de 2020.

A Associação Transparência Municipal apontou que, no período de 2013 a 2016, o PT de Mato Grosso do Sul ocupava o 2º lugar na representação municipal, com 99 vereadores. Porém, nas eleições municipais de 2020, a representação regional caiu para 68 vereadores na somatória de toda a Região Centro-Oeste – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

Esses petistas querem aproveitar a gestão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para dar uma alavancada nas filiações, mas, para isso, seria necessário montar bases nos 79 municípios. Entretanto, conforme eles, ficaria difícil com a sigla dividida internamente.

SENADO
Na manhã de ontem (6), durante entrevista para uma rádio de Campo Grande, Vander Loubet voltou a reafirmar que não pretende tentar novamente uma vaga na Câmara Federal e que nesses próximos anos construirá condições para se tornar candidato ao Senado pelo PT.

Em 2026, encerram-se os mandatos de oito anos dos senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Soraya Thronicke (União-MS) e, com isso, serão duas vagas para o Senado em Mato Grosso do Sul. Para Vander, a experiência de mais de 20 anos como deputado federal facilitará no processo, pois ele já conhece o sistema de Brasília.

“Eu acho que eu reúno essas condições dentro do PT para ser o candidato. Com a experiência que eu tenho, até lá, serão 24 anos de mandatos consecutivos. Conheço Brasília, o Congresso e os ministérios como poucos. Eu acredito que posso fazer um mandato no Senado, contribuindo muito para o nosso Estado”, declarou.

PREFEITURA
Também ontem, Zeca do PT disse, ao lado do deputado estadual Pedro Kemp (PT), que não descartava a candidatura à prefeitura da Capital e uma possível dobradinha com o colega de legenda.

Indagado sobre a candidatura, o deputado Pedro Kemp disse que avalia a possibilidade de tentar novamente, já que foi candidato na última eleição, todavia, tinha certeza de que a sigla terá candidato próprio em Campo Grande em 2024.

Ao ser questionado sobre possível candidatura, Zeca citou Pedro Kemp como seu candidato, que prontamente rebateu, dizendo que ele é quem seria o seu candidato.

Diante da troca de gentileza, Zeca ressaltou um episódio envolvendo o ex-deputado Ben-Hur Ferreira, em 1996, quando quase venceram André Puccinelli na Capital.

“Eu disse ao Bem-Hur que só seria candidato se ele fosse meu vice e te faço a mesma proposta”, recordou.

Pedro Kemp prontamente disse que aceita e Zeca respondeu que falta agora a aprovação do partido. No entanto, para o cargo, o PT também tem entre os pré-candidatos a deputada federal Camila Jara e a advogada Gisele Marques, que concorreu ao governo pelo partido.

Com informações do Correio do Estado

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