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sábado, outubro 5, 2024
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De olho em candidatura ao Senado, Vander aproxima-se mais do PSDB

Com foco em uma das duas vagas ao Senado Federal em 2026, o deputado federal Vander Loubet (PT-MS), atual coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, estaria se aproximando ainda mais do PSDB no Estado para formar uma possível coligação com a legenda, que lançaria o nome do ex-governador Reinaldo Azambuja para a segunda vaga.

Segundo fontes petistas ouvidas pelo Correio do Estado, o parlamentar já teria tirado da gaveta a campanha para ser o candidato ao Senado pelo partido, e esse planejamento inclui uma aliança com Reinaldo Azambuja, que deixou o cargo de governador após oito anos com aprovação de mais de 70% e ainda elegendo seu sucessor, o atual governador Eduardo Riedel.

Para a ala do PT de Mato Grosso do Sul que não comunga com Vander Loubet, o deputado federal estaria passando por cima de tudo e de todos para viabilizar sua candidatura como senador, acreditando que a chance de vitória seria mais garantida estando lado a lado com o tucano Reinaldo Azambuja.

NOVOS ARES
Ao Correio do Estado, Vander Loubet não descartou ser o candidato do PT ao Senado Federal nas eleições gerais de 2026, porém, disse que ainda é muito cedo para falar desse pleito. Mas deixou uma coisa clara: não pretende mais sair candidato a deputado federal.

“Não quero mais ser deputado federal. Já adquiri muita experiência em cinco mandatos e, agora, meu foco é fazer um bom sexto mandato para encerrar bem minha passagem pela Câmara dos Deputados”, declarou à reportagem.

Ao ser questionado se pode ser o nome do PT para o Senado em 2026, ele afirmou que seria mentira falar que não tem uma “pontinha” de esperança, mas que vai trabalhar ao longo dos próximos quatro anos para fazer um trabalho de excelência como parlamentar e mais ainda como coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul.

DESEMPENHO
Vander Loubet explicou que tudo isso vai depender de como será a gestão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de como será a participação do PT na administração do governador Eduardo Riedel e de como serão os seus próximos quatro anos.

Na possibilidade de tudo correr muito bem, o parlamentar admitiu que, com certeza, isso vai ajudar a pavimentar uma provável candidatura ao Senado. Nos bastidores do PT, as lideranças já dão como certo o lançamento de Vander Loubet ao cargo em 2026.

Os mais afoitos projetam até uma dobradinha do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) com Vander Loubet, de olho nas duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul nas próximas eleições gerais.

Porém, o nome dele não é consenso dentro do PT, já que a ala mais jovem, encabeçada pela deputada federal Camila Jara e pelo ex-candidato a senador Tiago Botelho, defende uma renovação total no partido em Mato Grosso do Sul.

No entanto, a experiência de Vander Loubet no Congresso Nacional, a aproximação com o presidente Lula e a boa articulação com lideranças de outros partidos fortalecem ainda mais o lançamento do seu nome para ser o candidato do PT ao Senado em 2026.

PEDIDO DE RIEDEL
Uma clara demonstração dessa “aproximação” de Vander Loubet com o PSDB seria a manutenção de Euro Nunes Varanis Júnior como superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Mato Grosso do Sul.

Ele foi efetivado no comando do órgão federal em 2020 pelo então ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que atualmente é governador de São Paulo, eleito com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O deputado federal confirmou ao Correio do Estado que a manutenção de um bolsonarista no comando do Dnit foi um pedido pessoal do governador Eduardo Riedel.

SERVIDOR DE CARREIRA
“O Euro Nunes era um nome defendido pelo governador Eduardo Riedel, então analisamos a situação. Ele é servidor de carreira do Dnit e se colocou à disposição para contribuir com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com as pautas que nossa bancada federal defende, então, isso foi positivo e contribuiu para esse consenso em mantê-lo”, afirmou.

O Dnit é o órgão federal com mais recursos e cacife político, sendo o mais disputado entre os oito deputados federais e três senadores para indicação do superintendente. Questionado pela reportagem se há outros nomes na mesma situação de Euro Nunes – ligados ao ex-presidente Bolsonaro –, Vander disse que não tem uma lista fechada e que há vários nomes sugeridos e sondados.

“Prefiro não trabalhar com especulação, porque pode não dar certo, então as pessoas ficariam expostas. Ou porque a gente pode sondar uma pessoa em reservado e a pessoa vazar a informação como se fosse algo certo. Por isso, à medida que a gente for conseguindo os devidos consensos, vamos ter condições de divulgar esses nomes”, declarou o parlamentar.

INTERESSES COMUNS
Vander Loubet ainda ressaltou que cada senador e deputado federal tem seus interesses, e alguns desses interesses são comuns, então é em cima disso que ele tem trabalhado o diálogo.

“As diferenças ideológicas e disputas políticas vão continuar, isso é da democracia, da política, mas naquilo que for do interesse público para nosso estado vamos buscar juntar as forças, seja na questão da infraestrutura, da saúde, da assistência social, em todas as áreas.

Esse tem que ser o papel da coordenação da bancada: definir os denominadores comuns e trabalhar em cima deles”, assegurou.

Ele também citou que a ministra do Orçamento e Planejamento, Simone Tebet, segue como um canal importante na relação entre o governo do Estado e o governo federal.

SIMONE TEBET
“Sempre que é necessário, eu a procuro ou ela me procura para conversar e tratar dos temas de interesse do nosso estado, principalmente na questão da liberação de recursos. Nosso estado tem bastante espaço e atenção no governo Lula, como sempre foi”, garantiu.

Para finalizar, Vander Loubet disse que o seu trabalho na coordenação vai sempre se pautar pelo diálogo franco e aberto. “Vamos ouvir todas as demandas e discutir cada uma, analisando o que pode ser feito”.

CACS
“Como um bom exemplo disso, posso citar o caso dos colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs). O governo federal vai restringir o acesso às armas, para barrar a liberação feita pelo Bolsonaro, e, em Mato Grosso do Sul, nós temos o deputado federal Marcos Pollon (PL-MS), que representa esse grupo e me procurou para discutir a situação”, revelou.

O coordenador da bancada federal adiantou que está marcando uma agenda em Brasília (DF) com o secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Tadeu Alencar, que está liderando o grupo de trabalho a respeito das novas regras para os CACs.

“Obviamente, a situação dos CACs não vai continuar a ser como era no governo Bolsonaro, mas o Pollon vai poder apresentar os argumentos dele e a gente vai ver os pontos que podem ser discutidos. Naquilo que for possível, pode-se chegar a um meio-termo. Acredito que é nesse sentido que temos de trabalhar em todas as áreas”, finalizou.

Com informações do Correio do Estado

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