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“Meu pai entrou andando e saiu em um caixão”, disse filha de Caetano morto a tiros no Procon

Trabalhador, de bom coração, que ajudava a todos: assim Antônio Caetano de 67 anos, é descrito por familiares e amigos que se despedem do empresário, na manhã desta terça-feira (14), após o assassinato que ocorreu dentro de uma das salas de audiência do Procon, em Campo Grande, na manhã de segunda-feira (13). O policial militar reformado, José Roberto, é o autor do crime e está foragido.

Filhos de Caetano falaram com o Jornal Midiamax e muito abalados com o assassinato do pai pedem por Justiça. “Meu pai entrou andando (Procon) e saiu dentro de um caixão”, disse Juliana Caetano, de 31 anos. Ela fala ser um dos piores dias da vida dela, e que nada vai trazer o pai de volta, mas espera por Justiça.

“Ninguém (Governo) entrou em contato com a gente para falar sobre a parcela de culpa”, disse Juliana. Ela se refere ao fato do órgão não ter nenhum detector de metais na entrada. Outra filha do empresário, Michelle Caetano, de 39 anos, também falou sobre a falta de segurança no local.

Ela falou sobre questões como, “Se até no banco você tem de deixar seu celular na porta para entrar, como em um lugar onde é feita conciliações, uma pessoa entra armada”, questionou. Michelle relata que seu pai era muito alegre e aproveitava muito a vida. Sexta-feira (10), foi o último dia em que falou com Caetano por videochamada, já que mora em Campinas.

Vagner Tomé Caetano, de 46 anos, acredita que o crime tenha sido premeditado já que revelou ter ficado sabendo que o policial teria deixado uma carta em sua casa dizendo que se a polícia fosse até a residência só se entregaria após 48 horas. “Quem vai armado para uma audiência?”, disse.

O filho de Caetano ainda disse que o empresário em 40 anos trabalhando e nunca teve problemas com nenhum cliente. “Justiça só a divina por que a dos homens é falha”, falou Vagner que ainda disse que o motor do carro do policial foi refeito após apresentar problemas, mas que a troca de óleo ele teria de pagar, já que a garantia era apenas do motor.

Amigos também foram na despedida de Caetano e Marcelo Ortiz, de 56 anos, disse que conhecia o empresário há 30 anos. “Era um ser humano de coração imenso” falou Ortiz que revelou ter sido apresentado ao Kart pelo amigo.

Davi Jorge Costa, de 60 anos, conhecia o empresário há 40 anos já que trabalharam juntos. “Ele era bastante sorridente, carinhoso, coração grande”, falou Davi.

O crime
A primeira audiência ocorreu na sexta-feira (10), quando a conversa ocorreu de forma ‘normal’. Teria ficado acordado então para resolver a dívida de R$ 630. O devedor teria assinado o compromisso de devolver o valor referente a um carro nesta manhã, em audiência marcada para às 8h30.

O fornecedor já estava dentro da sala, que fica no térreo, quando o cliente chegou e disparou contra ele. Apesar de testemunhas relatarem terem ouvido três tiros, a vítima teria sido atingida por dois, um na cabeça e outro no tórax. O autor fugiu logo em seguida.

Uma funcionária, de 45 anos, relatou o momento de desespero. Segundo ela, na hora havia muitos clientes e servidores no local. “Foi tudo muito rápido. Escutei uns três ou quatro disparos. Começamos a entrar debaixo das mesas. Foi desesperador. O nosso medo era de ele sair atirando em todo mundo”, relatou.

Ainda segundo ela, apesar da sala ser aos fundos de onde ocorreu o crime, não viu a hora que o atirador saiu e passou por ela.

Imagens PM fugindo do local
Imagens de câmeras de segurança mostram o militar andando pela rua enquanto foge, possivelmente com a arma na cintura, que esconde. Ele saiu correndo e depois tranquilamente passou pelas ruas centrais da cidade andando. Até o momento, ele não foi localizado.

Falhas na segurança
Falhas de segurança no Procon, em Campo Grande, deverão ser apuradas após o assassinato do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, segundo Patrícia Cozolino, Secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos. O empresário foi morto com três tiros na cabeça.

Segundo Patrícia, a secretária executiva de Brasília do Procon deve vir para Campo Grande para apurar possíveis falhas ocorridas nesta manhã. No momento do crime, havia quatro seguranças patrimoniais no local.

Ainda segundo a secretária, a triagem será reforçada e será estudado se existe a necessidade de instalação de detector de metais na entrada. De acordo com Patrícia, o autor entrou na sala de audiência nesta segunda (13) para buscar um documento que havia esquecido na última sexta-feira (10), após não ter êxito na audiência.

Com informações do Midiamax

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