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Artista plástico alega que não procurou ajuda médica após as agressões por vergonha

Nesta quarta-feira (18) em conversa com o Correio do Estado, Jonir Figueiredo, que já está em casa em processo de recuperação, disse que não procurou ajuda médica logo depois das agressões por vergonha.

“Olha por eu ser um artista, por ser conhecido, fiquei com vergonha disso, sabe, envergonhado por toda essa agressão, eu não sou da agressão. Eu fiquei envergonhado também, pela parceira dele que eu achava que era minha amiga. Fui pressionado pelos próprios amigos que me disseram que eu não podia ficar daquele jeito, e que era um crime, agressão a idoso, por mim ninguém ia saber de nada”, conta.

O artista plástico, que recebeu alta na segunda-feira (16), também nega as acusações que o garçom fez em seu depoimento, que teria sido agredido antes.

“Era umas 22:30/23 horas, eu falei ‘cara larga um pouco ela [a então amiga do artista plástico] fica aí grudado’ e ele mandou eu calar a boca, que eu era um bosta. E estava em um grupo de amigos queridos de muitos anos, e então quando ele me disse isso, eu questionei e encostei no peito dele, mas nada agressivo, não sou uma pessoa agressiva”.

Jonir relata o que aconteceu após a interação dos dois. “Quando eu estava saindo do bar, no momento que pisei da calçada para o asfalto, eu não vi que ele veio atrás de mim, me deu uma rasteira e eu fui de cara no chão e ele começou a transferir chutes violentamente. Os amigos foram em cima dele e ele em vez de sossegar, começou transferir porradas nos outros”, relembra.

Apesar de ser amigo da servidora pública por muitos anos, o artista plástico conta que não tinha nenhum contato com o namorado da amiga. “Não conhecia esse rapaz, não era do meu círculo, esse cara aqui não é daqui do estado, nem da cidade”.

Sobre o estado de saúde, Jonir comenta que está se recuperando e que o coágulo no cérebro diminuiu. “Estou bem graças a Deus, a dor física ela passa, né? Você toma remédio, agora a dor da alma que é difícil. A dor da alma é mais dolorida e leva mais tempo. Muita gente orou por mim, eu sou grato, estava mal, fiquei machucado, com hematomas no rosto, na cabeça e foi a causa do coágulo que regrediu bastante”.

O caso

O artista plástico Jonir Benedito de Figueiredo, de 71 anos, foi vítima de agressão física e precisou ser internado na Santa Casa de Campo Grande.

A situação aconteceu, no dia 23 de dezembro, em um bar localizado rua Antonio Maria Coelho, foi agredido no local sofrendo diversos hematomas em seu rosto, porém não registrou boletim de ocorrência imediatamente e não procurou ajuda médica.

Somente no dia 29 de dezembro, Jonir registrou boletim de ocorrência, relatando que brigou com o namorado de uma amiga e ficou três dias desacordado.

A Santa Casa de Campo Grande registrou a entrada do paciente no dia 13 de janeiro, com histórico de agressão física.

Na segunda-feira (16) o garçom, suspeito de agredir o artista, prestou depoimento na 1ª Delegacia de Polícia, confirmou as agressões, mas afirmou que foi agredido antes.

Conforme as informações do delegado Giulliano Biacio, responsável pelo caso, o suspeito narrou a versão dele, disse ter sido insultado e que o artista teria o agredido primeiro. Como não houve flagrante, o garçom foi ouvido e irá aguardar as investigações em liberdade.

Segundo Biacio, o caso foi registrado como lesão corporal dolosa, o que é considerada lesão simples, mas foi alterada e classificada como lesão corporal grave pelo risco de vida.

“A investigação segue no intuito de juntar o laudo do exame de corpo de delito, bem como de qualificar e intimar outras testemunhas. Também vamos acompanhar a evolução de saúde da vítima para ela ser formalmente ouvida assim que receber alta médica”, afirmou Biacio.

Com informações do Correio do Estado

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