xA prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), exonerou, conforme publicação de ontem (17/01) no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), o servidor comissionado Vinicius Barcelos Avelar, filho do vereador Roberto Avelar (PSD), mais conhecido como “Beto Avelar”, depois que veio a público uma denúncia de “nepotismo cruzado”, ou seja, quando um agente público nomeia pessoa ligada por vínculos de parentescos a outro agente público, como troca de favor.
O filho de Beto Avelar, que é o líder da prefeita na Câmara Municipal de Campo Grande, tinha sido nomeado para o cargo de comissão de Assessor-Executivo II, símbolo DCA-3, atuando no gabinete de Adriane Lopes, no dia 11 de janeiro deste ano, ou seja, ele perdeu o cargo seis dias depois que tinha sido renomeado.
No entanto, Vinicius Avelar já era comissionado da Prefeitura desde julho de 2020, na gestão do então prefeito Marquinhos Trad (PSD), quando era Assessor-Executivo II, símbolo DCA-3, na Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais, com salário bruto de R$ 5.315,16, conforme publicação no Portal da Transparência do município. Em 2021, o filho do vereador teve a remuneração reajustada para R$ 6.378,06, enquanto no ano passado, já na gestão de Adriane Lopes, o salário subiu para R$ 19.134,18.
Outros casos
O Correio do Estado também já informou que a prefeita Adriane Lopes tem outros casos de nepotismo cruzado, pois nomeou o filho do conselheiro Ronaldo Chadid, do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul),
que foi afastado em dezembro passado por seis meses do cargo por suspeita de corrupção. Ronaldo Chadid Júnior, que já atua na Prefeitura há pelo menos dois anos, vai exercer cargo em comissão na PGM (Procuradoria-Geral do Município) e seu salário deve superar a casa dos R$ 12 mil.
Ela também já tinha nomeado a irmã do conselheiro Waldir Neves, do TCE-MS, outro afastado junto com Ronaldo Chadid pelo mesmo motivo. Trata-se de Sidonia Neves Barbosa, que já atua na Prefeitura desde o início dos anos 2000 e foi convocada para trabalhar em cargo de comissão como Assessora-Executiva II, símbolo DCA-3, segundo publicado no Diário Oficial de Campo Grande, e seu salário deve girar em torno de R$ 10 mil.
Ronaldo Chadid Júnior formou-se em advocacia em 2019 e há dois anos ele já cumpria expediente em um setor da Prefeitura conhecido como Gerência de Ações Tributárias e Econômico Financeiras, enquanto Sidonia Neves já ocupou cargos em comissão na Prefeitura nas gestões dos ex-prefeitos Alcides Bernal (PP) e Marquinhos Trad (PSD).
A cunhada
A prefeita de Campo Grande também nomeou, no último dia 31 de outubro do ano passado, a concunhada, Thelma Fernandes Mendes Nogueira Lopes, casada com Osvaldo Nogueira Lopes, irmão do seu esposo, deputado estadual Lidio Lopes (Patriota), para desempenhar o cargo de Chefe do Gabinete da Prefeita da Prefeitura Municipal, com salário bruto de R$ 17.369,58.
Segundo apurou a reportagem do jornal Correio do Estado, a nomeação de Thelma Lopes foi publicada na edição nº 6.817 do Diogrande, publicada no dia 1º de novembro de 2022. Trata-se do Decreto “PE” nº 2.075, de 31 de outubro de 2022, assinado pela prefeita, que, no mesmo dia também publicou exoneração da concunhada do cargo em comissão de Secretária-Adjunta, da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), onde tinha salário bruto de R$ 15.148,35.
Thelma Lopes estava na SAS desde janeiro de 2018, onde foi nomeada como Chefe de Assessoria I, da SAS, com salário bruto de R$ 9.567,09, e, dois meses depois, passou para o cargo de Superintendente Administrativa da SAS, mantendo a mesma remuneração. Ou seja, foi nomeada para cargo em comissão quando Adriane Lopes assumiu o cargo de vice-prefeita de Marquinhos Trad (PSD), que renunciou ao cargo de prefeito da Capital neste ano para concorrer ao Governo do Estado.
Em janeiro de 2020, isto é, dois anos após ingressar na SAS, a concunhada da prefeita foi promovida à Secretária-Adjunta da pasta, passando a ganhar salário bruto de R$ 15.148,35. Na prática, Thelma Lopes fez uma das carreiras mais meteóricas do serviço público municipal, pois recebeu três promoções no intervalo de quatro anos e teve sua remuneração ampliada em mais de R$ 7,8 mil.
A reportagem entrou em contato por telefone com a prefeita Adriane Lopes para que fizesse uma declaração a respeito das nomeações, exonerações e das seguidas promoções de cargo e de salário dos “apadrinhados”, mas, até o fechamento não obteve retorno.
Com informações do Correio do Estado